• Sindicatos protestam contra pacote de medidas para enfrentar a crise

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  • 20/12/2016 10:20

    Representantes de mais de 14 sindicatos de Petrópolis se uniram na tarde de ontem em manifestação contra o pacote de medidas adotadas pelo Governo Federal para reduzir os gastos e enfrentar a crise econômica. O ato se concentrou na Praça da Inconfidência e contou com o apoio da Polícia Militar na segurança. 

    A manifestação começou às 16h com a presença dos sindicatos dos trabalhadores do ramo da Alimentação, Bancários, Comerciários, Condomínios e Porteiros, Construção Civil, Gráficos, Lapidários, Metalúrgicos, Professores, Saúde, Turismo, Têxteis, Vestuário e dos Vigilantes, além disso contou com representantes da Central Única dos Trabalhadores (CUT), da União Geral dos Trabalhadores (UGT) e da Nova Central Sindical dos Trabalhadores (NCST). 

    O principal objetivo do movimento é unir as classes trabalhadoras contra as chamadas “maldades anticrise” do executivo federal. “Esse é o pontapé inicial, que está começando por Petrópolis. Nossas federações, confederações e centrais sindicais estão unidas, muito unidas! E isso deve ser copiado em nível nacional. Estamos esquecendo divergências e desavenças. O que importa aqui é a união contra essas maldades que afetam a todos nós. Já temos muitos prejuízos hoje em dia sem esses pacotes. Com eles ficamos piores ainda!”, explicou Wanilton dos Reis, presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Indústria Têxtil. 

    Entre as reivindicações estão a reanálise da reforma previdenciária, que aumenta o tempo para aposentadoria e reduz alguns benefícios; da PLC 30, que permite a terceirização completa e irrestrita dos serviços de empresas; a PL 867/2015, que elimina a discussão ideológica nas escolas, restringindo o conteúdo de ensino; e, principalmente, a PEC 55, que congela por 20 anos os gastos com Saúde e Educação. Para Iomar Torres, vice-presidente do SindBancários Petrópolis, as medidas são absurdas. “Saúde e Educação não são gastos, são investimentos. Isso é falta de respeito com os trabalhadores e com toda a população de um modo geral”, disse.

    O ato fez também uma crítica ao contraste do cenário econômico nacional, com as políticas de redução de gastos para reduzir a crise enquanto aconteceram alguns reajustes em outras classes. “Me explica por que os trabalhadores das classes mais simples têm seus benefícios reduzidos enquanto o Judiciário e a classe política recebe um reajuste salarial. Isso é inadmissível. Somos nós que sustentamos eles, somos nós que sustentamos o país!”, completou Wanilton.

    Além das centrais sindicais, organizações estudantis também marcaram presença, como a União da Juventude Socialista (UJS) e a Associação Petropolitana de Estudantes (APE). “Estamos juntos nessa. Não podemos nos separar. O foco agora é união para que juntos possamos ser mais fortes contra esse governo ilegítimo que não foi eleito. Não vamos demorar para perceber que isso é um golpe. Demoramos em 1964 e já aprendemos!”, explicou Caroline Chiavazzoli, presidente da APE.

    José Carlos do Sacramento, presidente do Sindicato dos Rodoviários do Rio de Janeiro, prestigiou a manifestação representando a Nova Central Sindical (NCST). “Nosso governo resolve tudo na calada da noite. Queremos transparência. Não adiantou tirar a Dilma e manter a verdadeira cúpula criminosa no poder”, completou. 

    A manifestação se estendeu até a noite e contou com a participação de dezenas de pessoas. Com o apoio de um carro de som, manifestantes carregaram cartazes e gritaram palavras de ordem como “Fora Temer”. Todo o ato foi acompanhado por policiais militares do 26ºBPM. Não houve nenhum incidente. 


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