• Serrano emite nota oficial sobre a vistoria no estádio na hora do jogo

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  • 06/09/2018 10:30

    No último sábado, quando encerrou sua participação no Campeonato Carioca da Série B1, o Serrano e seus torcedores foram surpreendidos pela presença de agentes do Corpo de Bombeiros e da Polícia Civil, que estavam no Estádio Atílio Marotti para cumprir uma ordem judicial emitida pelo Ministério Publico Estadual e realizar uma vistoria de cumprimento de exigências na arquibancada principal. O público foi orientado por funcionários a trocar de local durante a partida. O clube emitiu uma nota oficial em seu site para explicar o incômodo aos seus torcedores e declarou estranheza sobre o horário da vistoria.

    Era dia de jogo no Atílio Marotti, a última rodada da Taça Corcovado tinha grande apelo para os seguidores serranistas, quando Marcelo Macedo (ídolo do Serrano) se despedia dos gramados. Foram 990 ingressos colocados a venda para a partida. No entanto, o número de pessoas presentes foide um quarto desse total, 220 torcedores. Esse é o número de pessoas que passaram por uma situação inusitada para um jogo de futebol. Com abola rolando, equipes do Corpo de Bombeiros e da Polícia Civil estiveram no local para realizar uma vistoria, obedecendo ordem de um mandado do Ministério Público Estadual emitido pela promotora Vanessa Katz.

    Durante a visita dos bombeiros e policiais civis, um representante do Serrano solicitou aos torcedores que se deslocassem do lugar onde estavam para outros na arquibancada. Segundo Alex Jesueldo, advogado e responsável pelas categorias de base do Leão, que auxiliou na orientação às pessoas, o movimento era para atender uma especificação do laudo concedido pelos bombeiros, segundo o qual a faixa central da arquibancada não poderia receber público, apenas os locais onde havia cadeiras (ao lado esquerdo de quem olha da tribuna de imprensa) e na partes em cadeiras ao lado direito de quem observa da arquibancada social. Como prevê o documento, Alex ainda ressaltou que o estádio está liberado para receber 1900 pessoas.

    Segundo Jesueldo, para entender melhor a situação é preciso voltar no tempo, em meados do fim do primeiro semestre, o Atílio Marotti foi proibido de receber público em sua arquibancada principal. Os motivos foram as rampas de acesso e de evasão de torcedores, que estariam com a largura fora dos padrões. Alex informou que essa proibição aconteceu após a promotora do MPE solicitar a vistoria dos bombeiros no estádio. “Há um tempo atrás, uma promotora de Petrópolis entrou com um pedido determinando que o Corpo de Bombeiros, a Polícia Militar e a Defesa Civil comparecessem ao estádio do Serrano para avaliaras condições do Estádio. Em decorrência disso, teve a interdição de nossa arquibancada principal,porque com uma nova avaliação dos bombeiros, eles determinaram que, para manter aquela parte aberta, deveríamos aumentaras duas áreas de escape laterais,onde foram feitas as novas rampas.Também em consequência disso, aproveitando que haveria um novo laudo dos bombeiros,entramos pedindo todas as liberações que são de praxe (Defesa Civil, Engenharia, PM e Bombeiros),cumprimos todas as exigências que foram feitas e a promotora marcou uma nova vistoria com a presença dela e de todos os órgãos juntos. Nós nunca passamos por isso, e esses órgãos também ficaram estupefatos com essa exigência dela. Mas cumprimos, ela esteve lá, nos fez ligar hidrantes, olhou tudo o que tinha direito.”Disse Alex informando que tudo havia sido liberado.

    Contudo, ele ressaltou a estranheza e revelou espanto coma atitude da promotora do MPE, pois segundo Alex, ela queria interditar o estádio em sua totalidade.“Esse modo de proceder dela causa um certo espanto, pois ela queria interditar o estádio como um todo, afetando inclusive os jogos da base, falou de shows lá”. Completou Jesueldo.

    A situação motivou uma nota oficial do Conselho Deliberativo do Serrano Football Club, em que o Azul e Branco se justifica para seus torcedores por conta dos transtornos sofridos pelo público durante a vistoria. A nota também ressalta que o Serrano sempre age de acordo com a lei e cumpre todas as exigências para funcionar corretamente. O clube também menciona estranheza, referindo-se ao horário da visita dos órgãos: “Cumpre frisar que causou estranheza o horário marcado para a referida vistoria,uma vez que sabidamente o estádio estaria com fluxo grande de torcedores, sobretudo por se tratar da despedida dos gramados do atleta Marcelo Macedo.”

    O presidente do Serrano, Alexandre Beck, explicou o motivo da nota oficial emitida pelo Leão da Serra. “Esclarecer àqueles que estavam presentes no estádio de que foi uma diligência inoportuna,em um horário ruim, até agora não entendemos o porquê. Na realidade estamos explicando que o clube não faz nada à revelia da lei, portanto estamos esclarecendo o torcedor que o Estádio está liberado,com todos os equipamentos funcionando conforme exigência dos bombeiros.” Disse.

    Em resposta à Tribuna de Petrópolis, o tenente-coronel do Corpo de Bombeiros, Ramon Camilo, informou que a vistoria foi realizada sob ordem do Ministério Público Estadual e não poderia revelar os procedimentos sem a autorização do referido órgão.

    A promotora Vanessa Quadros Soares Katz, do MPE, respondeu que a vistoria realizada foi com o objetivo de verificar se as exigências estavam sendo atendidas. “Informo que, no último sábado, dia 1 de setembro,foi realizada diligência no Estádio Atílio Marotti por equipe do Ministério Público, acompanhada pelo Corpo de Bombeiros,com o objetivo de verificar se as exigências de segurança feitas por esse órgão (CBMERJ) estavam sendo atendidas. O MP apura as condições do estádio no bojo do Inquérito Civil n° 2076P CON, tendo sido constatados problemas que podem colocarem risco os frequentadores, o que levou o Corpo de Bombeiros a impor diversas restrições de uso. Aguardamos a vinda do relatório da vistoria para verificar se houve ou não alguma irregularidade e somente então poderemos avaliar quais medidas serão adotadas. No mais, cumpre esclarecer que o poder-dever de fiscalização do Ministério Público está previsto em lei e sua atuação objetiva a garantia dos direitos à vida, à saúde e à segurança dos frequentadores do estádio, os quais se sobrepõem, por óbvio,a qualquer interesse econômico das entidades que ali promovem partidas de futebol”, declarou a promotora em resposta ao jornal Tribuna de Petrópolis.

    Leia na íntegra a nota oficial emitida pelo Serrano

    "A Diretoria e o Conselho Deliberativo do Serrano Foot Ball Club vêm, por meio da presente, prestar os devidos esclarecimentos sobre a diligência ocorrida durante a última partida do Serrano FC no sábado passado, dia 1º de setembro de 2018. 

    Por determinação da 2ª Promotoria de Justiça de Tutela Coletiva de Petrópolis/RJ, policiais do GAP (Grupo de Apoio aos Promotores de Justiça, CMBERJ e GPREV (Grupo de Prevenção em Estádios), foram incumbidos de encetarem uma vistoria nas dependências do Estádio Atíliio Marotti, às 15h e 15min, durante a realização da última partida dos profissionais do Serrano FC na temporada. 

    Cumpre frisar que causou estranheza o horário marcado para a referida vistoria, uma vez que sabidamente o estádio estaria com fluxo grande de torcedores, sobretudo por se tratar da despedida dos gramados do atleta Marcelo Macedo. 

    Em que pese a realidade financeira do Serrano, seus diretores e conselheiros agem nos limites do extremo rigor da lei, de modo a cumprir todas as determinações que garantam a incolumidade física do seu maior patrimônio: seus torcedores. Exemplo disso foi a interdição da arquibancada durante o campeonato, a fim de que fossem realizadas obras estruturais para a garantia da comodidade e segurança dos torcedores.

    Desta forma, em todos os eventos realizados no Estádio Atílio Marotti são devidamente cumpridas todas as exigências estampadas na Lei Federal n.º 10.671/03 – Estatuto do Torcedor, a última partida realizada no Estádio teve autorização do GPREV número 510/2018, assim como aquelas previstas no Regulamento Geral das Competições da FFERJ, de modo que o clube detém o laudo das vistorias técnicas dos órgãos competentes. 

    Impende esclarecer que o Estatuto do Torcedor impõe um severo regramento de segurança, de modo que sem as autorizações necessárias dos órgãos competentes, inexiste a possibilidade de realização de qualquer partida de futebol profissional em qualquer praça esportiva do país. 

    Informamos que o Estádio hoje está liberado para 1.820 torcedores e para esta partida de sábado foi solicitada a expedição de 990 ingressos à FFERJ, com o consequente recolhimento dos tributos e seguros obrigatórios, conforme se afere no borderô da partida, à disposição no site da FFERJ.

    O Serrano Foot Ball Club é uma instituição centenária, o único clube profissional de futebol de Petrópolis. Durante toda a sua existência, o clube promove a iniciação esportiva de centenas de crianças da cidade. Acreditamos que o esporte é uma das mais eficientes ferramentas de inserção social. A imposição de diligências inócuas e vexatórias não impedirão o clube de continuar a exercer o seu mister social de zelar pelo futuro das crianças e adolescentes petropolitanos. 

    A título de exemplo, neste mesmo fim de semana, 120 atletas, com idade de 7 a 35 anos, entraram nos campos e quadras do Estado do Rio de Janeiro com a camisa do Serrano Foot Ball Club, nas seguintes partidas:

    Futsal – Sub-9, Sub-11 e Sub-13 (Serrano FC X Olaria FC)

    Campo – Sub-17 (Serrano FC X Sampaio Corrêa)

    Sub-20 e profissionais. (Serrano FC X Artsul FC Ltda).

    Diante de tais ponderações, a Diretoria e o Conselho Deliberativo do clube reafirmam o seu sólido compromisso com a lei e com as instituições estatais, de modo que a garantia da segurança e higidez física do seu torcedor sempre serão a nossa prioridade.  



    Diretoria e Conselho Deliberativo"

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