• Seminário vai discutir problemas que afetam crianças e adolescentes

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  • 30/06/2016 18:10

    Uma discussão sobre atuação de diversos núcleos no desenvolvimento de crianças e adolescentes será levada para o Seminário “Criança uma voz sem vez”, que acontece no sábado (2), no prédio da Fase. O evento terá início a partir das 9h e vai contar com a participação de diversos representantes de entidades como Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e a Vara da Infância e Juventude. O seminário é o primeiro evento dentro do movimento Julho Verde e está sendo organizado pela Associação Filantrópica de Petrópolis (Afipe). Segundo Vera Cecília Pereira, presidente da entidade, serão debatidos diversos temas. Um deles é sobre a importância de prevenir a gravidez na adolescência e a questão das crianças em vulnerabilidade social. O evento deve atrair, pelo menos, 150 pessoas. 

    Um dos palestrantes do evento é o procurador de Justiça Sávio Renato Bittencourt Soares Silva. O especialista vai abordar questões como a importância da integração entre a escola e a família, pilares da formação do caráter e da ética dos cidadãos. “Vivemos um período conturbado por diversos motivos, como crises política e financeira. Nesse contexto, a questão ética fica em evidência”, afirmou. Para ele, para começar é preciso que a sociedade moderna saiba que, independente da estrutura, a família é o núcleo de afeto e apoio mútuo, fundamental na formação das crianças. 

    Ele pontua ainda a importância da participação da família na vida escolar dos filhos. Para Sávio, muito do que acontece hoje é em função de que os responsáveis, principalmente das famílias de baixa renda, atribuem à escola todo o processo educativo e abrem mão de uma parcela significativa de responsabilidade. O especialista reconhece a importância do setor de educação, mas diz que a família precisa se apropriar e participar desse ambiente. Ele lembra ainda que é dentro de casa que acontece a maior violação dos direitos. Entre as principais citou: negligência, convivência com drogas e álcool e violência. 

    Por outro lado, ele acredita que a escola também tem um papel importante e precisa, entre outras coisas, rever a sua postura. Isso porque ele considera que as unidades educacionais têm um conteúdo programado tão intenso, com tantas matérias, que acaba perdendo o foco em contribuir com a formação ética dos alunos. “A escola não pode abrir mão desse debate, dos valores cívicos que foram abandonados, de discutir os problemas que o país enfrenta, formando assim o caráter daqueles estudantes”, comentou. 

    Para Sávio, as mudanças devem ser aplicadas aos poucos, com incentivo do poder público e, nesse caso, principalmente do governo municipal, mas que aconteça a partir de uma demanda da sociedade civil. “O setor de ensino, tanto público, quanto privado, deve incentivar, entre outras coisas, que os pais participem da rotina dos filhos, contribuindo assim para o exercício da cidadania. A falta do interesse dos responsáveis é um descumprimento de dever. Culturalmente estamos nos distanciando desse papel perigosamente”. 

    O procurador disse ainda que a Justiça da infância precisa ser mais interventiva no sentido de que quando não tiver condição da criança ser criada pela família, que ela seja encaminhada para um núcleo substituto em um pequeno espaço de tempo. “Atendendo a esses preceitos será possível formar uma geração de pessoas mais conscientes, que vai se preocupar com o meio ambiente, com o outro, em um esforço civilizatório. Se tivermos no futuro essa integração teremos menos problemas”, afirmou. 

    Além do procurador, também participarão do Seminário a professora Maria Isabel Sá Earp; o presidente da OAB, Marcelo Schaefer; a assistente social Jane Figueiredo; o juiz da Vara da Infância e Juventude Alexandre Teixeira; a professora Maria Helena Zamora; os assistentes sociais Marcelo Prata, Edilma Soares, Fabiana da Glória Nogueira e Helito Couto e a psicóloga Jaqueline Garcia. 






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