• Seis por meia dúzia

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  • 29/07/2017 12:00

    Quando se vive em um Município onde a Prefeitura é a maior empregadora, distorções bárbaras acontecem. Uma das primeiras coisas que se nota é que não surgem vozes de enfrentamento ao poder público, que, por conta disto, usa a caneta a seu bel prazer. A seguir, se percebe que não há um compromisso efetivo com a melhora da qualidade de vida da população; o poder público entende que já está fazendo muito empregando e pagando esta população. Esquece que paga com o dinheiro arrecadado desta mesma população. E assim caminhamos, governo após governo, numa sucessão de maldades para com os munícipes.

    Vem-me à memória, o tristonho e bisonho final do governo municipal anterior, quando um juiz teve que fazer um arresto nas contas para pagar aos servidores; governo que ficou devendo ao Hospital Santa Teresa, que renovou com as empresas de ônibus sem entrar um real nos cofres públicos, que deu 2% de aumento para os servidores, jogando 6% para este ano; governo em que faltava merenda nas escolas e em que muitos diretores e professores faziam vaquinha para comprar (cebola, alho etc); no qual o governante foi para Búzios, enquanto decretou estado de emergência na cidade e que nem os empréstimos consignados pagou; mas se defende dizendo que manteve as UPAs abertas.

    Em contrapartida, nosso atual prefeito não está muito longe dos equívocos de gestão, senão vejamos: permitiu a extinção a Fundação de Cultura de Petrópolis, iniciou o fechamento de escolas públicas, deixou faltar remédios nos hospitais e postos de saúde, perdeu a mão na manutenção da iluminação pública (agora recentemente fez uma contratação emergencial para sanar o problema, depois de sete meses de gestão) e, para piorar, autorizou o aumento da tarifa de ônibus. Estas medidas  vão contra todas as promessas de campanha ( eram apenas promessas, não nos esqueçamos): o  reajuste dos servidores, que provavelmente acabará não acontecendo, já que nem os 6% que deveriam ter sido pagos em janeiro não o foi; a tão prometida jornada de  30 horas de serviços ao pessoal de apoio da educação (até assinou um termo se comprometendo a dar); o  aumento do contrato de lixo (600 mil a mais por mês) sem qualquer melhoria significativa que justificasse isto – buracos por todo o lado, com a cidade mais parecendo um queijo suíço; uma reforma administrativa altamente questionável e uma falta de transparência lamentável.

     Vivemos em um Município que tem tudo para dar certo. Temos no geral uma população gentil e educada, fomos agraciados com belezas naturais e históricas. Mas o poder público tudo faz para não levar nossos atributos em conta. A qualidade de vida em nossa cidade se deteriora a olhos vistos, o empobrecimento é uma tônica, se desconhece planejamento com planos de prioridades, ninguém pode afirmar para onde a Cidade vai; as intervenções são pontuais e motivadas por eventos esporádicos. A grande e repetida alegação é a de que não há recursos, que estamos vivenciando o reflexo da situação do País (o que é uma meia verdade). 

    Às vezes me pergunto: o que passa pela cabeça de um gestor público, responsável direto por 300 mil pessoas, que se candidatou a um cargo para dar rumo a estas pessoas e a um Município e que fica 4, às vezes 8 anos, empurrando situações com a barriga e tomando decisões, muitas vezes equivocadas, prejudiciais e que afrontam seus eleitores? O que acontece é que estamos sempre trocando seis por meia dúzia.

     

     

     

     

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