• Sala Rio 40 graus exibirá grandes filmes nacionais

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  • 04/03/2020 08:00

    Por Ascom da Casa França-Brasil

    Uma seleção de filmes premiados, consagrados pela crítica e de sucesso nas bilheterias será apresentada, este mês de março, na Sala Rio 40 Graus da Casa França Brasil. O evento integra o projeto Cineclube Rio de Telas, uma realização do Setor de Audiovisual da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado.

     Entre as atrações, o público terá a oportunidade de assistir “O Assalto ao Trem Pagador”, “Santo Forte”, “Uma História de Amor e Fúria”, “Outra Memória” e “Muamba”.

    As sessões são gratuitas, com dois horários de exibição (manhã,12h20m, e à tarde, 16h.) e acontecem sempre às terças-feiras.

    OBRA-PRIMA DA CINEMA BRASILEIRO

    Terça (10/03) – Com direção de Roberto Farias (falecido em 14/05/2018), e estrelado por Reginaldo Faria – irmão do diretor -, o policial “O Assalto Ao Trem Pagador” (1962), foi grande sucesso de público e festivais.

    O filme representou o Brasil no Festival de Veneza, tendo sido premiado em festivais de Portugal, Senegal, São Paulo, Bahia e Paraná. Em 2016, a Associação Brasileira de Críticos de Cinema (Abraccine) elegeu o longa-metragem o 19º melhor filme brasileiro de todos os tempos.

    O filme é baseado em um assalto real, ocorrido em 14 de junho de 1960, às 8h25m da manhã, quando a quadrilha liderada por Tião Medonho, formada por cinco mascarados armados de metralhadoras e revólveres, invadiu o trem pagador, conduzido pelo maquinista José de Castro e o foguista Pedro José da Silva. 

    Após o assalto, o bando decidiu gastar, no máximo, dez por cento do produto roubado, para não despertar suspeitas da polícia. Só que Nilo Peru (Reginaldo Faria) resolve se entregar ao luxo da zona sul carioca. Acabou sendo assassinado por Tião Medonho (Eliezer Gomes), o líder da quadrilha. Ao mesmo tempo, a polícia conseguiu fechar o cerco sobre os outros assaltantes, quase todos favelados.

    O elenco principal é formado pelos atores Reginaldo Faria, Eliezer Gomes, Luiza Maranhão e Grande Otelo. Duração de 1h30m e classificação etária de 16 anos.

    O “SANTO FORTE” DE EDUARDO COUTINHO

    Terça (17/03) – Após o clássico “ Cabra Marcado para Morrer, Eduardo Coutinho” se dedicou ao trabalho na televisão e também rodou dois média-metragens e um longa, “O Fio da Memória” (1991), que não tiveram grande repercussão. Foi apenas em 1999 que o diretor voltou a ganhar destaque, com o lançamento de “Santo Forte”. 

    Premiado nos festivais de Brasília e de Gramado, “Santo Forte” é um estudo sobre a religiosidade dos brasileiros a partir de símbolos que representam a crença de cada um. É neste filme que começa a se popularizar o “estilo Eduardo Coutinho”, já que o documentário é calcado nas conversas com pessoas comuns e nas revelações feitas por elas ao diretor.

    As gravações tiveram início em 5 de outubro de 1999, data em que o Papa celebrava a missa no Aterro do Flamengo e foram concluídas, alguns meses depois, na véspera de Natal. O documentário revela a história de algumas pessoas residentes na favela Vila Parque da Cidade, entre umbandistas, católicos e evangélicos.

    Filmadas em suas casas, contam suas experiências de comunicação direta com o sobrenatural, através da intervenção de santos, orixás, guias ou do Espírito Santo.

    O documentário “Santo Forte” traz no elenco Vera Dutra dos Santos, Thereza Ferreira e Carla Daniela Santana. Tem 1h20m de duração, e classificação etária, de 12 anos.

    “OUTRA MEMÓRIA” E O NAZISMO NO BRASIL

    Terça (24/03), a Sala Rio 40 Graus apresentará o longa-metragem “Outra Memória”, que tem roteiro e direção do catarinense Chico Faganello. Lançado para comemorar o 155º aniversário de Blumenau (SC), em 2 de setembro, o filme mistura ficção e documentário e recupera as trajetórias de dois personagens emblemáticos: o químico e filósofo Hermann Bruno Otto Blumenau (1819-99), fundador da cidade, e a atriz Edith Gaertner (1882-1967), sua sobrinha-neta, que depois de fazer carreira no teatro europeu voltou a Blumenau, onde manteve uma vida reclusa e misteriosa.

    O filme foi rodado em Florianópolis, Itajaí, Blumenau, Alemanha e Polônia e participou da Mostra BR de Cinema de 2005.

    O enredo é simples. Para celebrar o aniversário da cidade onde vive, um diretor de teatro precisa montar uma peça sobre uma grande atriz do passado que lembre a força da colonização alemã no século XIX. Decidido a conquistar o papel de protagonista, o ator que interpreta o papel de colonizador subverte o roteiro do diretor, ao abordr o etnocídio e o nazismo, temas ainda hoje evitados naquele próspero vale do sul do Brasil, obrigando o diretor a encenar uma peça diferente daquela que foi escrita.

    Faganello, que fez anteriormente o documentário “Capitão Imaginário”, sobre a Ilha de Santa Catarina, afirma que “Outra Memória” não é um filme sobre o nazismo em nosso país. Mas, ao longo de uma pesquisa de dois anos, em arquivos do Brasil e da Alemanha, o cineasta acabou encontrando uma rica documentação sobre os tentáculos do nazismo em Santa Catarina. E no filme, ele usa trechos de cinejornais nazistas dublados ou legendados em português, alguns deles com comerciais de empresas germano-brasileiras.

    No elenco, os personagens centrais são interpretados por Ivo Müller e Paula Braun. O filme tem duração de 1h22m, e classificação etária, livre.

    JOVEM EM CONFLITO COM PAI CONTRABANDISTA

    Na última terça-feira de março, dia 31, o encerramento da programação leva para a tela da Sala Rio 40 Graus o filme “Muamba”, do diretor catarinense Chico Faganello. Com roteiro de Fábio Brüggemann, o filme foi vencedor do Edital Cinemateca Catarinense de 2007 e exibido no FAM – Florianópolis Audiovisual Mercosul. 

    O protagonista é o ator Eduardo Hoffmann, que interpreta Lian, um personagem perdido em uma região fronteiriça que tem conflitos existenciais e morais com o pai, um contrabandista disfarçado. A narrativa se desenrola em cenas que se alternam entre velórios, contrabandos e concurso de TV.

    Lian, um jovem sacoleiro, compra uma câmera e tenta realizar o filme de sua vida. Mas ele acaba se enveredando por trajetórias não programadas. Assim, a câmera acaba flagrando o pai, em situações fortes, e mostrando, em contraponto, a fragilidade humana do filho, ao se deparar com situações surpreendentes, jamais imaginadas por ele.

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