• Rua Uruguai ainda é cenário de tragédia e destruição

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  • 30/11/2016 16:16

    Passados 15 dias da tragédia na Rua Uruguai, que tirou a vida de duas pessoas, pouco mudou no local onde mais de mil toneladas de pedras desceram da encosta. O cenário de destruição ocasionado pelas rochas se mistura ao lixo descartado ao longo da extensão que está interditada. A chegada da frente fria paralisou os trabalhos ontem no lugar, já que o perigo de desabamento de novas pedras é iminente. No entanto, técnicos da Secretaria de Obras e Defesa Civil trabalham na construção do projeto do dique, que vai impedir que novas pedras ao descer atinjam outras casas. A empresa que vai trabalhar na implosão das pedras já está atuando em conjunto com a Secretaria de Obras para a construção de um cronograma.

    De acordo com o tenente-coronel Rafael Simão, secretário de Defesa Civil, a secretaria, em conjunto com outros departamentos, como a Setrac, está em contato constante com os moradores da Rua Uruguai. “Colocamos um telefone fixo à disposição desses moradores, criamos um grupo de Whatsapp e estamos mantendo reuniões semanais com eles para tirar as dúvidas e mostrar o andamento dos trabalhos na região. A frente fria prejudica os nossos trabalhos, porque não temos condições de permanecer na rua com as equipes. A empresa que vai fazer a implosão das pedras já identificou as rochas que poderão ser implodidas e está trabalhando em conjunto com a secretaria de Obras na construção de um cronograma de datas para as implosões”, disse o tenente-coronel.

    Ainda segundo Simão, uma engenheira do Ministério das Cidades esteve na Rua Uruguai para analisar a situação. “Estamos confiantes que a portaria que vai liberar os recursos será publicada o mais rápido possível e assim que isso for feito a secretaria de Obras vai passar o cronograma para os moradores. Um mapeamento está sendo realizado nas casas que ficam no entorno para que os imóveis que não estão em risco sejam liberados do esquema de interdição. A Setrac e a Comdep já ajudaram algumas famílias a se mudar”, contou.

    O tenente-coronel disse também que os laudos já começaram a ser entregues às famílias. “Os laudos sobre as casas já começaram a ser entregues nas reuniões. Vale destacar que a Defesa Civil continua em alerta e pede para que as pessoas não fiquem no local que continua instável. Ainda tem pedra para descer. Drenagens serão feitas e barreiras dinâmicas com telas de aço trançados também serão colocadas no local com o intuito de segurar as pedras e diminuir os riscos”, contou.

    O secretário afirmou ainda que o governo está empenhado em fazer com que a obra comece. “Ligo todos os dias para Brasília. Os documentos estão todos certos e trabalhando para que as obras comecem logo”, disse.

    A comerciante Andrea Oliveira contou que, com a chuva, o medo de ficar próximo ao local onde a tragédia ocorreu cresce. “Ficamos receosos. A lembrança ainda é triste e com as famílias se mudando, o movimento no comércio caiu um pouco, mas estamos sempre ligados nas atualizações que são passadas pela Defesa Civil”, contou.

    No último dia 19 de novembro, o prefeito Rubens Bomtempo anunciou que um dique será construído no sopé da montanha. Segundo a prefeitura, o dique funcionará como um colchão, servindo de amparo para as outras rochas que se desplacarem da encosta. Ainda segundo a prefeitura, a construção do dique demorará de 45 a 60 dias e a ação possibilitará a desobstrução da vida e a etapa seguinte será a construção de uma contenção na encosta. A construção será feita dentro das intervenções previstas pelo PAC Encostas. A prefeitura afirmou ainda que durante encontro com o prefeito em Brasília, no dia 16 de novembro, o ministro da Integração Nacional, Hélder Barbalho, garantiu a inclusão da obra no PAC Encostas.

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