• Revivendo Sylvia Ortoff

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  • 03/05/2017 12:00

    Quando de minha passagem pela presidência da Academia Petropolitana de Letras no ano de 1994 tive a alegria de diplomar a ilustre escritura Sylvia Orthof dentre os agraciados com o título de Membro Honorário da nonagenária instituição cultural. Inesquecíveis momentos. Recebemos luminares das letras e das artes entre flores, beleza arquitetônica e artística do Palácio Quitandinha. Em minha gestão contei com o apoio e dedicação dos Confrades Paulo Jeronymo Gomes dos Santos, 1º. Secretário, Roberto Francisco, 2º. Secretário, 1º. Tesoureiro, Luiz de Gonzaga dos Santos de Gutierrez, 2º. 

    Tesoureiro Durval Pércia Rabello, Bibliotecário José Leonisse de Cusatis e Relações Públicas Carmen Felicetti que compuseram a Diretoria do renomado Panteon que em três de agosto próximo completará o seu nonagésimo quinto aniversario de fundação. Nessa cerimônia S.A.I.R. Dom Pedro Gastão de Orleans e Bragança, Arthur Leonardo de Sá Earp, Fernanda Montenegro, Kátia Chalita, Roberto Marinho, Josué Montello, Murillo Hingel e Sylvia Orthof, dentre outros foram agraciados com o laurel de Acadêmico Honorário. 

    Nesse período Sylvia planejava construir uma réplica do 14 Bis na Bienal do Livro que ocorreu na cidade do Rio de Janeiro para ilustrar um livro sobre Santos Dumont totalmente dedicado às crianças. Para a consternação geral em dia 24 -07- 1997 Sylvia foi reconduzida aos braços do Criador tendo como guardiã Maria, Nossa Senhora. Lá nos céus ela continua a produzir sua angelical obra e posso imaginar a legião de Querubins, Serafins, Arcanjos e demais Anjos da corte Celeste a ouvi-la em sinfonia e algazarra. Seus livros eram ilustrados por seu esposo Tato e a todos encantavam, ele através das imagens e ela das belas páginas que seu talento e criatividade souberam produzir. Mas, Sylvia não era só escritora era também teatróloga. 

    Em 1994 o Jornalista Fernando Marques, leia-se Tribuninha, da Tribuna de Petrópolis produziu a revista “O Segredo do Museu Imperial” e homenageou a ilustre intelectual e dela fez uma personagem da festejada história em quadrinhos. Sylvia Orthof nasceu em 1932, filha única de um casal de imigrantes e segundo sua biografia seus pais judeus austríacos fugiram para o Brasil entre as duas guerras mundiais. Família de artistas tantos os tios quanto os avós. Sylvia era poliglota sendo seus principais idiomas o alemão e o português. Era uma artista multifacetada e ornada em virtudes. Estudou música, teatro, mímica, pintura, desenho e arte dramática. Viajou pelo Brasil em estudos, pesquisas e atividades artístico – profissionais. 

    Sylvia Orthof teve rica atuação em TV e teatro. Desenhou figurinos infantis para desfiles e bailes de carnaval e foi detentora por diversas vezes de premiações na categoria “Originalidade”. Lecionou em cursos de teatro principalmente junto a Universidade de Brasília e coordenou atividades teatrais no Sesi. Quem não se lembra de suas obras como escritora e teatróloga? “A viagem do Barquinho” foi uma de suas peças mais importantes tanto no conteúdo literário quanto artístico. “O pé Chato e a Mão Furada” foi premiado no Primeiro Concurso Nacional de Contos Infantis em São Paulo. Ao contemplar as fotos guardadas em meu relicário revivo nesse memorial o seu sorriso eternizado naquela noite repleta de luz e o seu cintilar. Rendo graças aos céus por me haver permitido compartilhar de inesquecíveis momentos e conviver com pessoas que povoam os meus dias qual anjos em forma de gente.

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