• Residência de verão dos presidentes da República está abandonada

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  • 21/10/2016 11:20

    O estado de abandono de um dos cartões-postais do Centro Histórico de Petrópolis é motivo de preocupação para as entidades de preservação e está chamando a atenção de quem passa pela Avenida Koeler. O prédio do Palácio Rio Negro, que serviu de residência de verão a diversos presidentes da República ao longo da história, como Getúlio Vargas, Café Filho, Juscelino Kubitschek e João Goulart, apresenta sinais de deterioração. As portas da fachada do imóvel, que tem tombamento federal pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), mas que é administrado pelo Instituto Brasileiro de Museus (Ibram), mostram os sinais da falta de manutenção com a estrutura. 

    O coordenador do Instituto Civis, Mauro Corrêa, lembrou que uma década atrás denunciou o estado de abandono do prédio ao Ministério Público Federal (MPF). Na época, o órgão obrigou o Ministério da Cultura a reformá-lo. Porém, desde que isso aconteceu, o imóvel não passou por nenhuma outra grande intervenção. Para Mauro, a situação atualmente é pior do que a que estava naquele tempo. “Em 2006 fizemos a denúncia de dois imóveis que estavam em condições precárias ao MPF. Além do Palácio Rio Negro, também relatamos o estado em que se encontrava o prédio dos Correios, na Rua do Imperador. Ambos foram recuperados, mas hoje voltaram a apresentar sinais de abandono”.

    A equipe de reportagem da Tribuna esteve no Palácio Rio Negro ontem. No local, foi informada de que o imóvel está fechado, aguardando uma licitação para realização de limpeza. Mas a visitação na parte externa continua aberta ao público. E, quem chega, logo observa a precariedade. Além das portas completamente descascadas, também é possível notar na lateral do imóvel que o teto está em ruínas e necessita passar por intervenções, pois apresenta risco de ruir cada vez mais. “É um bem histórico com ligação direta com a República. Se não tomarem uma iniciativa, vamos voltar a denunciar ao MPF”, disse Mauro. 

    O abandono a imóveis tombados em Petrópolis não é novidade. E o Palácio Rio Negro é mais um que passa a integrar a lista de prédios em estado precário de conservação. Esta semana, a Tribuna denunciou também a situação da fachada do prédio onde funcionou o Banco do Brasil no centro da cidade. Após um reboco cair, o Instituto Estadual do Patrimônio Cultural (Inepac) disse que notificou a empresa e que também já tinha solicitado a revitalização do imóvel. Ontem, a empresa disse que o setor de engenharia do Banco em parceria com órgão ligado à preservação do patrimônio histórico em Petrópolis vão realizar ainda este mês uma vistoria no prédio para definição do tipo de serviço a ser realizado para recuperação da fachada. Quanto aos tapumes para isolar o espaço, solicitado pelo Inepac, o BB informa que a instalação foi autorizada pela Prefeitura e que estão sendo tomadas providências internas para contratação e execução do serviço.

    Mauro Corrêa lembra também a situação do prédio do antigo Fórum, onde atualmente funciona o Cefet, na Rua do Imperador. Além desses, também temos outros casos sem solução, como a casa que pertenceu a caricaturista Nair de Teffé, na Estrada da Saudade; o casarão Alberto Torres e a Casa Franklin Sampaio. Todos imóveis importantes do ponto de vista histórico e de preservação da memória da cidade. 

    O Iphan foi procurado, mas até o fechamento desta edição não se pronunciou sobre o caso do Palácio Rio Negro. Já o (Ibram) confirmou que houve um problema com relação a licitação da empresa que vai fazer a limpeza interna do espaço, mas que o procedimento foi encerrado ontem. A partir de agora será feita a homologação e, após a conclusão dessa fase, o Palácio será reaberto ao público. Quanto as condições do imóvel, o órgão informou que está ciente dos problemas na arquitetura e de má conservação da edificação, mas que depende de recursos do Ministério da Cultura para que as intervenções possam ser realizadas. Além disso, destacou que o Ibram é responsável por 29 museus no país, sendo que 47% deles estão localizados no Estado do Rio de Janeiro. Ressaltou, por fim que aguarda a disponibilidade orçamentária para recuperar o bem tombado. 







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