• Réquiem para o Planejamento Estratégico

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  • 14/03/2016 11:02

    Já escrevi vários artigos sobre planejamento urbano que, se algum leitor quiser, posso enviar por e-mail. O que presenciamos no nosso cotidiano, não só em Petrópolis, mas na grande maioria das cidades brasileiras, é a falta de planejamento para o desenvolvimento de uma determinada ação. Apesar do traçado urbano de Petrópolis ter sido desenvolvido por um grande planejador, Júlio Frederico Koeler, que planejou tanto a sua ocupação urbana como o desenvolvimento das ações necessárias, adotando, inclusive, idéias inovadoras como a de  mudar o velho estilo colonial de construir as casas de fundos para os rios, que eram utilizados apenas como descarga de esgoto, e a de aproveitar seus cursos d’água para traçar, pelas suas margens, as avenidas e ruas que dão acesso aos bairros, essa atitude parece não ter muitos seguidores em nossa cidade. O Plano Diretor, que é o principal norteador das ações urbanas, depois de anos de elaboração, aparece como uma colcha de retalhos sendo matéria para discussões e dúvidas. As questões físico-territoriais, econômicas, financeiras, políticas, sócio-ambientais e de gestão têm constantemente desafiado os municípios, requerendo um avanço nas técnicas de planejamento, até então desenvolvidas pelo governo local. Equilibrar os diferentes interesses que se apresentam em cada uma dessas temáticas, assim como garantir a efetiva participação comunitária, parece ser o desafio maior da administração pública. Diante dessas necessidades e relevâncias, a administração pública municipal demanda competência e efetividade dos seus gestores que devem se atualizar e agir por meio de instrumentos técnicos, modernos e práticos de planejamento e de gestão. O plano diretor municipal e o planejamento estratégico municipal são instrumentos de planejamento e gestão de municípios e prefeituras, considerados, atualmente, de importância inquestionável. Ações necessárias em áreas de alto impacto urbano e social devem ser pensadas e planejadas, deixando para um segundo plano outras não tão relevantes. Conciliar as potencialidades de diagnóstico, de participação popular, de envolvimento dos diversos agentes sociais e de prioridades administrativas deve nortear o planejamento municipal, facilitando a gestão e os seus objetivos alterando condições indesejáveis para a comunidade local, removendo empecilhos institucionais e assegurando a viabilização de propostas estratégicas, assim como objetivos a serem atingidos e ações a serem trabalhadas. O planejamento é, de fato, uma das funções clássicas da administração científica indispensável ao gestor municipal. Planejar a cidade é essencial, é o ponto de partida para uma gestão municipal efetiva diante da máquina pública, onde a qualidade do planejamento ditará os rumos para uma boa ou má gestão, com reflexos diretos no bem-estar dos moradores. Além disto, ações tomadas precipitadamente, e sem critérios definidos, podem acarretar perdas de verba pública, que poderia ser destinada a sanar, ou mesmo minimizar, problemas de maior anseio da comunidade local. Não cabe a citação de exemplos, pois cada leitor tem um na sua memória. Técnicas e ferramentas de planejamento estratégico existem e estão à disposição dos gestores municipais para que, juntamente com o seu cliente, os moradores da nossa bela cidade, planejem um futuro melhor e sustentável.

    achugueney@gmail.com



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