• Receita de felicidade

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  • 04/06/2016 12:00

    A busca pela felicidade é uma constante no ser humano. Porém, para muitos, a felicidade é um estado de espírito. Existem pessoas que se dizem felizes com muito pouco que recebem. Já outras, eternas insatisfeitas, acreditam que a felicidade é remédio receitado para ser tomado em conta-gotas. Ou seja, que a felicidade não passa de momentos felizes. Provocado para escrever um poema sobre felicidade, eu escrevi: “Raridade”. Eu procurei a verdade nos livros que folheei/ Eu procurei a bondade nos templos que visitei/ Mas juro, que, felicidade, eu jamais a procurei/ Quem a tem, não vende, nem empresta; não negocia, não dá/ Felicidade é artigo muito difícil de achar/ Quem a tem, guarda-a tão bem, que nunca sabe onde está. 

    Usando a matemática para dividir pode não ser prazeroso, mas, na literatura, dividir poderá ser a melhor forma de somar. Para tal, bastaria que encontrássemos nossa alma gêmea. Poderíamos dividir as mais fortes emoções, sonhos e frustrações. Dividiríamos uma bela imagem numa única janela, dores e amores numa única cama, ou bom filme num único aparelho de Tv. Dividir a audição numa única melodia, num único poema. Compartilhar a vida a dois, é viver duplamente. A individualidade só se faz necessária para almas desconexas. O amor exige parceria. É sentimento xifópago. Até a liberdade é compartilhada no amor. E a grande arte está em saber usufruí-la a dois. Só se compreende a liberdade total para o pensamento e para os pássaros que não conseguem alçar vôo agarrados um, ao outro. Mas o ser humano está cada vez mais individualista, como se alma gêmea fosse utopia. Se hoje três pessoas habitam a mesma casa, há necessidade de que cada um tenha seu próprio aparelho de Tv. O diálogo foi substituído pelo monólogo. Conversa-se mais através do smarphone, do que diretamente com o amigo. Almas gêmeas não necessitam de muito espaço. Basta um Ap. conjugado. Tudo em unidade e apenas duas pessoas e duas escovas de dente: uma rosa; outra azul. Para os risos frenéticos, algazarras e diabruras das crianças seria suficiente um filme de Walt Disney. E para viajar, nada de passaporte. Lar feliz é o único porto seguro. Com imaginação, variada e rica biblioteca, você poderá dar uma volta ao mundo. A integração de alma e espírito terá que ser total e a receita está em afinidade, diálogo e muito sexo. Essa é minha imagem de felicidade e paz. Utópica, eu sei, e ao mesmo tempo real. E se você, caro leitor, ainda não encontrou sua alma gêmea, mas mesmo assim resolveu casar e deseja preservar seu casamento, sugiro que mantenha dois endereços: um para você e outro para a sua esposa, pois que, na sociedade moderna camas separadas já não resolvem o problema.   

     angelorldantas.blogspot.com  

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