• Reabertura de linha de crédito pode dar nova injeção de ânimo na economia de Petrópolis

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  • 14/01/2019 09:15

    Na sexta-feira completaram-se oito anos de uma das maiores tragédias das chuvas, que vitimou 506 pessoas e trouxe um rastro de destruição na Região Serrana. Os efeitos foram além das perdas pessoais, já que a economia de Petrópolis, Teresópolis e Nova Friburgo praticamente paralisou suas atividades, obrigando o Governo Federal a intervir com uma linha de crédito para o empresariado local. Graças a essa intervenção, foi possível melhorar o quadro geral e hoje espera-se que essa mesma manobra, de 2011, ajude a tirar o país da paralisia e voltar a crescer.

    Quem viveu aquele momento sabe muito bem o quão importante foi a injeção de recursos financeiros para voltar a reaquecer a economia dos três municípios. O aporte foi realizado via Banco Nacional de Desenvolvimento Social (BNDES), que abriu uma linha de crédito de até R$ 200 mil reais. O dinheiro possibilitou a retomada da atividade econômica na região. O empresário do mercado de inovação, Jorge Kappaun, salientou que a iniciativa foi fundamental para a preservação da atividade econômica e dos empregos.

    “A tragédia trouxe um enorme prejuízo para todos os municípios. Praticamente, pode-se dizer, a economia quase paralisou. Era preciso fazer alguma coisa para mudar esse quadro. O aporte do BNDES foi fundamental na resolução do problema. Vários empresários se beneficiaram da medida e conseguiram se recuperar, alguns até não apenas superaram, como também cresceram ainda mais”, explicou Kappaun.

    Uma das áreas que mais se beneficiaram com a medida do governo na época foi a têxtil, um dos alicerces da economia petropolitana. Um dos empresários do setor que buscou esse dinheiro foi Francisco de Assis Carvalho, que considerou oportuno o momento para ir atrás de crédito. Isso porque o BNDES criou mecanismos mais acessíveis do que os bancos para socorrer a classe empresarial. Para ele, os juros cobrados pelo banco estatal eram mais generosos e, por isso, o empréstimo fez a diferença.

    “As condições oferecidas eram excelentes, tanto é que o prazo para quitar o empréstimo era mais longo do que o necessário. Mas tudo bem. Os juros eram mais camaradas do que aqueles cobrados pelos bancos, e tenho certeza que não ajudou só a mim naquela época, mas a muita gente”, observou o empresário.

    Na mesma linha de raciocínio, Francisco Figueiredo, outro conhecido empresário da indústria têxtil, lembrou que no período da tragédia a economia sentiu um baque que pôs em risco toda a cadeira produtiva da Região Serrana. Proprietário de indústria e de várias lojas, tomou o empréstimo do BNDES e aquilo impulsionou os negócios. Ele disse que isso só foi possível graças ao que chamou de “juros saudáveis”, pois permitiu investir no seu negócio, quitar seu débito e ao mesmo tempo expandir o seu negócio.

    “O apoio do BNDES fez toda a diferença naquele momento. A tragédia das chuvas fez um estrago que foi além das mortes ocorridas em Petrópolis, Friburgo e Teresópolis. Foi com a linha de crédito que tornou possível montar a minha fábrica, que emprega e faz a economia girar”, frisou Figueiredo, que é empresário na Rua Teresa há mais de 33 anos.

    Anúncio de apoio do BNDES cria ambiente positivo para a economia

    Com a chegada de Jair Bolsonaro à presidência, o discurso de fortalecimento da economia agrada aos ouvidos da classe do empresariado. Com os petropolitanos, a história não é diferente. Os três ouvidos pela Tribuna são unânimes ao afirmar que o Brasil poderá retomar o caminho do crescimento econômico. A sinalização da equipe econômica, associada a medidas que aos poucos são anunciadas, dão um tom de otimismo para uma categoria que vem sofrendo nos últimos anos com a alta carga de impostos e outros itens que se transformam em um gargalo econômico que impede o crescimento do país.

    Ao comentarem sobre o recente discurso de posse do novo presidente do BNDES, Joaquim Levy, que prometeu anunciar em breve medidas de ajuda ao médio empresário, todos acreditam que o Brasil poderá entrar em um novo ciclo de crescimento sustentado. Há até quem veja esse ambiente positivo ter começado antes mesmo de Bolsonaro tomar posse. De acordo com Francisco, foi verificado no final do ano passado um aumento inesperado das vendas do setor de malharias. “Houve um movimento atípico no final do ano, no que tange às vendas. Foi bem superior ao esperado. Diria que ficou na casa dos 20 por cento”, opinou.

    O economista Marcelo Sistowksky espera uma retomada do crescimento da economia num médio prazo. Porém, para que ela se consolide, será necessária a aprovação das reformas, sendo a principal delas a da Previdência. Segundo ele, isso é o que vai assegurar o crescimento sustentado no futuro. Sobre o BNDES, o economista prevê que Joaquim Levy deve anunciar uma abertura da linha de crédito, o que aponta como essencial ao fortalecimento do setor privado na economia. “Quanto menos a intromissão do governo na economia, melhor. O papel a ser exercido é de ´fiscal´ e se ajudar com crédito, o país voltar a crescer. Se isso acontecer, é claro que todos serão beneficiados, inclusive o empresariado petropolitano”, completou Sistowksky.   

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