• Quaresma

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  • 06/03/2020 16:00

    O texto de reflexão deste primeiro domingo do tempo da Quaresma é o da tentação de Jesus em Mateus 4.1-11. Após ter passado 40 dias em jejum no deserto, Jesus é tentado pelo diabo, que o quer induzir a contra Deus, o Pai. E o interessante neste relato da tentação é constatar que o diabo é um exímio conhecedor da palavra de Deus. E profundo conhecedor da fraqueza do ser humano. Se Jesus não fosse filho de Deus, teria caído nas armadilhas do diabo. Se fosse qualquer um de nós, teríamos caído.

    Olhando para a história do cristianismo, nos deparamos logo com as primeiras Comunidades cristãs após Jesus. Já na primeira Comunidade – Jerusalém -, a tentação atinge Ananias e Safira (Atos dos Apóstolos 5).

    Mais tarde, quando o Império Romano exigiu que o imperador fosse cultuado como um deus, vamos encontrar cristãos firmes na fé e que não caíram na tentação de cometer idolatria. Foram milhares que morreram ao longo dos primeiros 300 anos do cristianismo pela fidelidade a Deus.
    No entanto, esta situação mudou no ano 311 dC, com o imperador Galério. Este publicou um Edito de Tolerância, que pôs fim à perseguição aos cristãos em todo o Império Romano. Em 313 dC, com os Imperadores Constantino e Licínio, esta tolerância continuou. Com o imperador Teodoro, em 380 dC, o cristianismo foi declarado a religião oficial do Império Romano (Edito de Tessalônica, ano 380).

    Aliada ao Império, a Igreja cresce em poder e riqueza. Os líderes da Igreja distanciam-se cada vez mais do povo. Assim, a Igreja de Cristo caiu na terceira tentação relatada em Mateus 4: a riqueza. Esqueceu do que Jesus ensinou em Mateus 6.24: “Ninguém pode servir a dois senhores; porque ou há de aborrecer-se de um e amar ao outro, ou se dotará a um e desprezará ao outro. Não podeis servir a Deus e às riquezas.”

    Um exemplo é a catedral e a igreja de São Severo, de Erfurt, que era uma cidade dentro da cidade, onde residia a aristocracia eclesiástica. Os cidadãos de Erfurt a consideravam um corpo estranho na cidade. Vivia de ricos rendimentos, suas residências eram suntuosas, suas mesas serviam as mais finas iguarias e os melhores vinhos, o que só veio à tona quando, nos dias da Reforma, o povo a invadiu. Tinham também suas concubinas.

    Com a Reforma Protestante e a Contra Reforma na Igreja Católica Apostólica Romana, tais abusos foram combatidos. Mas surgiram as igrejas pentecostais. Muitas destas aguçam a tentação do ser humano com promessas de prosperidade, vida sem sofrimento em troca do pagamento do dízimo.

    Olhando para a história, podemos afirmar que não há denominação religiosa que esteja isenta das tentações do diabo. Teologias contrárias à Sagrada Escritura. Ideologias que usam o nome de Cristo, mas que pregam o contrário do que Ele ensinou.

    Na quaresma do ano 2020, mais do que nunca vale para nós o alerta de Jesus: “Vigiem e orem para que não sejam tentados. É fácil querer resistir à tentação; o difícil mesmo é conseguir.” (Mateus 26.41)

    Conheça a Igreja Evangélica de Confissão Luterana em Petrópolis.
    Avenida Ipiranga, 346.
    Cultos todos os domingos às 09:00h. Tel. 24.2242-1703

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