• Protetora faz vaquinha para custear curso de medicina veterinária

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  • 10/02/2020 12:00

    Desde criança Aline Ferreira Galo já demonstrava o amor e o carinho que sente pelos animais. Sempre ajudou como podia, as vezes com um gesto simples, como colocar comida e água para cães e gatos de rua. O tempo foi passando, e o desejo de fazer mais pelos animais só aumentou. O sonho de cursar medicina veterinária parecia distante, o custo alto, a distância até a universidade a desanimaram, mas não fizeram com que desistisse do sonho. Com a ajuda de amigos, Aline, que hoje atua como protetora independente, está fazendo uma vaquinha online para ajudar a custear o curso. 

    Os cinco anos de curso totalizam mais de R$ 70 mil. Um valor muito alto, para a protetora que trabalha como depiladora profissional, além de cuidar de 23 animais abandonados (12 cães e 11 gatos). Aos 42 anos, dedicou boa parte da vida a causa animal. “Desde cedo sempre me compadeci dos bichinhos em situação de rua e sempre procurei ajudar colocando comida e água! Aos 16 anos quando passei a trabalhar tive condições de suprir maiores necessidades, como vermifugar, fazer tratamento pra sarna e fazer curativos em machucados. Aos 20 anos passei a recolher cuidar e encaminhar para adoção. Desde então reabilitar animais e os devolver a uma vida com dignidade passou a ser filosofia de vida! Faço tudo com muito amor e dedicação!”, disse.

    Aline conta que a rotina é puxada. Moradora do distrito da Posse, se matriculou na faculdade no Bingen. “A faculdade é presencial, vou sair da Posse às 5h30 da manhã, para chegar lá às 7h. E sair de lá às 17h, para vir para casa para atender minhas clientes de depilação às 19h30. Ainda tenho os animais para cuidar e tenho dois filhos. Vão ser 5 anos de luta e privação, mas conto com o apoio e compreensão da minha família para conseguir”, disse.

    Com o aumento no número de maus-tratos e abandono de animais no município, muitos protetores recorrem as clínicas veterinárias em busca de auxílio. E a conta só aumenta. A maior parte desses protetores sustenta a causa com doações de voluntários, pessoas físicas e jurídicas e nem sempre conseguem o valor total correspondente a dívida que fizeram com as clínicas. “São tantos pedidos que tive que abrir conta em cinco clínicas veterinárias e trabalho com todas elas”, disse.

    Essa foi uma das razões que motivou Aline a não desistir do sonho. “As clínicas veterinárias tem custos e precisam cobrar valores para as suas despesas e a demanda de animais abandonados com problemas é muito grande. Por isso resolvi fazer o curso para minimizar algo. Se eu estudar e souber clinicar, posso atender mais a demanda de animais de rua. Automaticamente, de pessoas carentes e humildes que não tem dinheiro para pagar as consultas particulares. E posso propor um valor mais acessível. Que muitas vezes não levam ao veterinário porque não podem pagar. Até com pessoas que não tem condições de pagar, fazer trocas de trabalho. A ideia é fazer parcerias sem deixar de atender o animal”, disse.

    Nesta primeira etapa a vaquinha tem como meta R$ 15 mil, que deve ajudar a custear os primeiros meses. As doações podem feitas por meio do link http://vaka.me/887026. “A meta é salvar o máximo de vidas que eu puder”, disse Aline. 

     

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