Projeto promete resgatar autoestima de pacientes oncológicos

"Aqui o futuro é feito com a mão" – a frase escrita em um quadrinho pendurado na parede do consultório da dermopigmentadora Patrícia Bastos, é um incentivo as mulheres que querem restaurar a autoestima. Uma das idealizadoras do projeto Volte a Ser Feliz, Patrícia usa as mãos para de alguma forma fazer com que as pacientes oncológicas se sintam mais confiantes, bonitas e completas. A iniciativa começou em maio e até outubro a intenção é oferecer o procedimento de dermopigmentação da aréola de forma gratuita para mulheres que realizaram a mastectomia (cirurgia de retirada da mam) por causa do câncer.

"A ideia é trazer a vontade delas se olharem novamente no espelho", disse Patrícia.  O projeto será lançado oficialmente durante a campanha do Outubro Rosa (mês dedicado a prevenção do câncer do mama) e tem parceria com a Associação Petropolitana dos Pacientes Oncológicos (APPO), a Fundação Nacional de Combate ao Câncer (FNCC), a Afipe, os Rotary Bingen e Itaipava, a Cruz Vermelha Petrópolis e a clínica Maurício Baisch.

O procedimento será feito no consultório de Patrícia e as pacientes serão indicadas pelas entidades parceiras. Com duração de cerca de 40 minutos cada sessão, a dermopigmentação é uma técnica que redesenha as auréolas das mamas. "A minha técnica é em 3D, ou seja, é muito real para quem olha. É gratificante quando elas saem daqui, quando se olham no espelho e conseguem se sentir completas e bonitas", ressaltou Patrícia, acrescentando que durante o mês de outubro, outras mulheres que não foram indicadas pelas entidades parceiras também poderão participar do projeto.

Para Gisele Goulart, presidente do Rotary Itaipava e idealizadora do projeto, o objetivo é atender o maior número de mulheres possível. "Quando a Patrícia me apresentou a ideia abracei imediatamente. Até outubro queremos atender o máximo de paciente possível, resgatando a auto estima dessas mulheres. É uma forma de fazer com que o outro volte a ser feliz", disse a idealizadora, ressaltando que este é o primeiro projeto desse tipo oferecido de forma gratuita.

A cabeleireira Roseli Aparecida Mota, de 45 anos, foi a primeira paciente a participar do projeto. Ela passou pelo procedimento no fim de maio. Roseli descobriu o câncer em 2012, quando foi obrigada a retirar uma das mamas. Três anos depois, ela fez a reconstrução e aguardava ansiosa pela dermopigmentação. "Logo que eu soube desse projeto eu procurei saber como podia fazer para participar. Não tive medo e o resultado foi o melhor possível", comemorou.

Roseli disse que desde que fez o procedimento está se sentindo mais bonita. "É muito real, quando olhei no espelho até esqueci que um dia não tive mamilo. Quando mostrei ao meu marido ele achou que era a mama que já tinha mamilo de tão real", contou. Para participar do projeto é preciso entrar em contato com as entidades participantes e fazer a inscrição. As mulheres também podem procurar informações diretamente na clínica, na Rua 16 de Março, número 158, sala 901 no Centro.