• Projeto de trem que liga o Centro a Pedro do Rio é apresentado a empresários e técnicos

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  • 19/07/2019 10:53

    Cerca de 30 pessoas conheceram o projeto do Maglev – veículo sobre trilhos movido à propulsão – em um encontro realizado na noite de quarta-feira (17), no auditório do Sicomércio, e promovido pelo Instituto Pró-Gestão Participativa (IPGPar). A implantação do Maglev será uma das propostas apresentadas no chamamento público ou Procedimento de Manifestação de Interesse (PMI) aberto pela prefeitura na semana passada.

    Os projetos deverão ser entregues no dia 22 de agosto e o que for aprovado pela prefeitura deverá contar com estudos de viabilidade técnica e econômico-financeira que irão compor a licitação da implantação e operação do sistema de transporte público coletivo com acionamento elétrico. A concessão do serviço será de 30 anos, podendo ser prorrogado pelo mesmo período.

    “O projeto é bastante complexo e audacioso e demanda diversos estudos de uma equipe multidisciplinar para aferir sua viabilidade, portanto, teremos que aguardar o desenvolvimento desses estudos”, disse o vice-presidente do IPGpar, o engenheiro Luís Carlos Dias de Oliveira. “O Maglev, por si só, não pode ser visto como a panaceia para a solução do transporte público em Petrópolis”, ressaltou.

    Esse novo modelo de transporte público – que está sendo chamado de “Metrô de Petrópolis” – vem sendo discutido desde 2017 na cidade e, no ano passado, foi apresentado ao Conselho Municipal do Trânsito (Comutran). No entanto, os conselheiros rejeitaram a proposta, alegando dúvidas. A proposta também é questionada pelo geógrafo Ricardo Lafayette (idealizador do projeto do trem turístico entre Nogueira e Itaipava). 

    “Como imaginar que a Prefeitura vai mesmo viabilizar metrô, se o básico ela não faz. Estamos há anos esperando a duplicação da Estrada União Indústria, entre o Hortomercado e o Shopping Estação em Itaipava e nada! A ligação Quintadinha – Bingen é outra obra que não sai do papel, apesar de ser uma demanda histórica de Petrópolis. E o projeto de ligação ferroviária entre Petrópolis e o Rio, algo que existiu no passado e que não é tão difícil de ser re-implantado, mas demanda vontade política, também não foi viabilizado”, comentou o geógrafo.

    O mestre em Economia e pós-graduado em Engenharia de Transportes Ferroviários, Antonio Pastori, também questionou a proposta. “Os investimentos, por baixo, são da ordem de um a dois bilhões. Qualquer empresa que tope fazer essa obra vai esperar um lucro mínimo de R$ 150 milhões/ano. Para ter esse lucro, ela terá que gerar uma receita anual de 1 bilhão de reais/ano, no mínimo. Para gerar um bilhão de reais em receitas, supondo uma tarifa de R$ 5, serão necessários ser transportados por ano algo próximo a 500 mil passageiros/dia. Em resumo, a princípio, eu acho que Petrópolis não tem demanda que justifique uma obra desse porte”, ressaltou Pastori.

    Projeto apresentado ao IPGpar é a linha 1 do Maglev, que ligaria o Centro a Pedro do Rio

    O projeto do Maglev – veículo sobre trilhos movido à propulsão – apresentado ao Instituto Pró-Gestão Participativa (IPGPar) é o da linha 1, que prevê a ligação do Centro ao distrito de Pedro do Rio. Segundo o idealizador Eduardo Gonçalves David, o trem sai do Terminal Rodoviário do Centro em direção ao Quissamã, passa pelo Itamarati, Ponte do Samambaia, Corrêas, Nogueira, Itaipava até Pedro do Rio. Ao todo, o projeto prevê a criação de 12 estações.

    Eduardo explicou que este novo projeto  foi feito em conversa com técnicos da Companhia Petropolitana de Trânsito e Transporte (CPTrans). “Para a CPTrans, os pontos mais críticos estão nesse trecho até Itaipava. Fizemos uma outra proposta que será o Arco Imperial, apresentado em 2017, ou seja, uma outra fase do projeto”, disse o idealizador, ressaltando que toda a iniciativa será custeada com recursos privados. “Não tem investimento público neste projeto do Maglev”, afirmou.

    O Arco Imperial – que será a segunda parte do projeto – prevê 11 quilômetros de extensão, sendo 4,5 km em via elevada e 6,5 km em via subterrânea, ligando o Quitandinha à Rua Teresa, no Centro. A proposta está incluída no Plano Municipal de Mobilidade Urbana (PlanMob). O documento está acessível no site da CPTrans.

    O projeto da linha 1 do Maglev será novamente apresentado na próxima segunda-feira (22) em outro evento no auditório do Sicomércio, a partir das 18h. “Esta apresentação é dedicada a empresários que queiram participar do projeto. Vamos ter 12 estações ao longo do trajeto da linha 1 e em todos esses pontos contará com lojas. Será um encontro comercial para apresentação do projeto”, explicou Eduardo.

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