• Projeto de Capoeira promove o resgate da cultura e história afro-brasileira nas escolas

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  • 21/11/2020 11:07

    Completando 10 anos, o Projeto Capoeira nas Escolas do mestre Evandro Fumacinha tem levado mais do que esporte e cultura, tem feito o resgate da história afro-brasileira na rede pública e privada no município. São cerca de 700 alunos que participam das aulas. Neste ano as atividades presenciais foram suspensas, mas o trabalho continua sendo desenvolvido nas redes sociais. Em celebração pelo Dia da Consciência Negra, os alunos produziram vídeos das atividades que estão sendo exibidos nas redes sociais. 

    “O projeto talvez seja um dos poucos que tem nas escolas do município onde se faz verdadeiro resgate da cultura afro-brasileira. Porque o que se tem em novembro são esses eventos que as pessoas fazem da cultura afro-brasileira, festividades para lembrar. Mas acaba que isso não é um resgate, o resgate é quando a gente trabalha o ano inteiro sobre isso. E é assim que funciona o meu projeto. A gente tem cerca de 700 crianças participando, onde eles aprende sobre ancestralidade, a gente fala sobre a história da capoeira, a história do negro. Valorizando a autoestima da pessoa”, disse o mestre Fumacinha.

    Nas aulas os estudantes aprendem sobre a história e a cultura do negro no Brasil e fazem testes, como em outras disciplinas, sobre o conteúdo ensinado. As leis nº 10.639/2003 e 11.645/2008 preveem a inclusão da história e cultura afro-brasileira no currículo da rede de ensino, mas, na prática, a aplicação das leis ainda está distante do ideal. Na capoeira de forma lúdica, os alunos são convidados a brincar e participar das atividades em grupo. 

    “A capoeira surgiu como luta de resistência, ela foi criada pelos africanos mas é brasileira. Foi criada no Brasil. A capoeira tem um pouco de dança, porque ela era disfarçada para os senhores das fazendas. Porque dançar era a única coisa que eles deixavam os negros fazerem no final do dia, então eles criaram uma luta através da dança. Para poder se defender, para poder fugir. É uma luta brasileira”, explica Fumacinha. 

    O preconceito racial e religioso ainda é um grande desafio que precisa ser vencido. Embora não tenha nenhuma relação com manifestações religiosas, Fumacinha explica que muitas vezes precisa lidar com a resistência dos pais e alunos nas escolas. “As vezes têm essa resistência das religiões. Mas a gente explica para os pais, para os alunos, e eles entendem que não tem nada ver com religião. Capoeira é cultura. A gente tem essa resistência no começo, mas depois que os pais vão e assistem a aula veem que é uma atividade física e cultural”, disse.

    Neste ano, por causa da pandemia, as atividades presenciais foram suspensas. Fumacinha tem desenvolvido atividades virtuais com os alunos, para incentivá-los a continuar praticando a capoeira mesmo de casa. Pelo Dia da Consciência Negra, o mestre elaborou junto com os alunos atividades que serão exibidas nas redes sociais no facebook do mestre Evandro ( https://www.facebook.com/evandro.fumacinha) durante todo o dia.

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