• Proibição de sacolas plásticas em supermercados vale a partir desta quarta. Veja alternativas

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  • 24/06/2019 09:14

    Às vésperas das sacolas plásticas deixarem de ser fornecidas pelos supermercados, muitos consumidores ainda estão se preparando para a mudança. A lei que  proíbe a oferta de sacolas plásticas por grandes empresas, como supermercados, entra em vigor a partir desta quarta-feira (26). Porém, muitas pessoas ainda têm dúvida sobre como podem embalar as suas compras – e também como substituir a sacola do supermercado usada para acondicionar o lixo doméstico.

    A partir desta quarta-feira (26), os supermercados já não podem mais oferecer as sacolas plásticas que não sejam biodegradáveis e em dezembro, todo o comércio estará proibido de distribuir esse tipo de embalagem. A determinação faz parte da uma lei estadual 8006/18, sancionada no ano passado e que põe fim às sacolas de plástico. Mesmo essas sacolas permitidas precisam atender a certas exigências, como, por exemplo, terem resistência mínima de 4,7 kg ou 10 kg. Elas também podem ser vendidas pelos estabelecimentos, porém, no máximo, ao preço de custo.

    A proibição de uso das sacolas plásticas se aplica inclusive àquelas utilizadas pelos supermercados para que o consumidor acondicione frutas e legumes. É importante frisar que a lei se aplica a todos os estabelecimentos comerciais e não apenas aos supermercados.

    Além das sacolas biodegradáveis que poderão ser vendidas pelos supermercados, outras opções para embalar as compras são as sacolas retornáveis e também as caixas de papelão. As duas últimas opções têm a vantagem de poder ser reutilizadas diversas vezes.

    A secretária Joana Araújo ainda não pensou sobre suas alternativas e, apesar de carregar uma sacola reciclável na bolsa, ainda faz o uso das sacolas plásticas distribuídas pelas lojas. “Só vamos notar uma diferença e mudar quando começar a valer mesmo, porque até agora está tudo normal, então ainda estamos utilizando elas”. 

    Para a empresária Adriana Pesanha, a medida não resolve o problema e causa um transtorno, já quela não terá mais as sacolas para colocar no lixo de casa. “As sacolas são a ponta do iceberg. No mercado, eu posso utilizar caixa e bolsas reutilizáveis, mas no lixo de casa eu não sei o que fazer. Se investissem em campanhas de conscientização, talvez o resultado fosse até melhor. Tudo na nossa vida é plástico, então, talvez, se tivesse o recolhimento de lixo seletivo, porque a gente pode até nas nossas casas separar os lixos, tudo direitinho, mas aí quando o caminhão vem eles misturam tudo, não adianta de nada”, contou ela.

    Como descartar o lixo

    A gestora ambiental Pâmela Mércia sugere que, antes de mais nada, é importante ter o hábito de avaliar os materiais que são descartados, a fim de identificar aqueles que podem ser reutilizados ou reciclados. Essa medida, por si só, já ajuda a reduzir a quantidade de resíduos que serão descartados para o aterro, uma vez que esses materiais podem ter a vida útil prolongada. Ela também indica a utilização de sacos de lixo específicos para o descarte.

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    “As sacolas de plástico do mercado e os sacos pretos são ambos de polímero, mas o saco preto é próprio para o lixo e eles acabam sendo feitos com a reciclagem de outros tipos de plásticos, enquanto o do mercado não, porque como eles entram em contato com os alimentos, não podem ser feitos dessa forma”, disse Pâmela.

    Segundo a gestora ambiental, o plástico de mercado leva de 100 a 400 anos para se decompor.  Já os sacos pretos, têm vida útil mais curta, portanto mais adequados para acondicionar o lixo. Além disso, eles são maiores e mais difíceis de abrir, então as chances de ter lixo espalhados são menores.

    “Mudar hábitos é muito difícil, mas estamos numa situação quase irreversível, precisamo buscar mediadas de mudanças já. Hoje nós temos diversas opções, ecobags, caixas, sacolas biodegradáveis e até sacos de papel – que eu não recomendo, muito porque como vem da celulose, é preciso cortar árvores, então estaríamos trocando um problema por outro. Mas a partir do princípio de uma educação diferente, podemos começar a entender as coisas de uma forma diferente. Difícil, no início, vai ser, com certeza. Mas existem várias alternativas para substituir as sacolas do mercado. Cabe à prefeitura também oferecer essa visibilidade, de que esses produtos podem ser reutilizáveis, reciclados e separados”, disse Pâmela.

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