• Profissionais da saúde demitidos do HAC e UPAs durante a pandemia não receberam os direitos trabalhistas

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  • 15/07/2020 16:00

    Ex-funcionários do Serviço Social Autônomo do Hospital Alcides Carneiro (Sehac) que trabalhavam no Hospital Alcides Carneiro e foram demitidos durante a pandemia não receberam os direitos trabalhistas referentes à rescisão do contrato. O Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos de Serviços de Saúde (SEESSP) contabiliza mais de 40 processos entre rescisões recentes e de mais de um ano, pendentes de pagamento pelo Sehac. 

    Pelo menos dez técnicos de enfermagem que foram demitidos durante a pandemia não receberam a rescisão, não conseguiram sacar os valores do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) e nem mesmo dar entrada no benefício do Seguro-Desemprego. 

    Os ex-funcionários relatam que entram em contato diariamente com o Sehac e não é dada nenhuma previsão para o pagamento dos diretos. “Há famílias que estão vivendo com cestas básicas doadas, porque não têm de onde tirar dinheiro nem para comer. São famílias com crianças pequenas. Estão desesperados”, disse um ex-funcionário que preferiu não ser identificado.

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    O presidente do sindicato, José Fernando Assumpção, explicou que vem tentando, mas não consegue diálogo com a Prefeitura. Já entrou em contato, participou de reuniões, mas nenhuma posição foi dada em relação aos pagamentos. “Nunca vi o Sehac dessa maneira. São mais de 40 processos de rescisões. Para ter uma ideia, hoje o Sehac está pagando a convenção aos funcionários referente a 2017. Nós vamos ter que pedir na Justiça a convenção de 2018, ainda”, disse. O sindicato está montando um relatório que será apresentado ao Ministério Público.

    A prefeitura negou, por meio de nota, a inexistência de diálogo entre sindicato e colaboradores e o Sehac e informou que isso ocorre semanalmente.  A prefeitura também disse não reconhecer nenhum processo existente há mais de um ano. “Estamos, hoje, em negociação com o sindicato em relação ao dissídio 2018/19. Vamos entrar em negociação, ainda, em relação às rescisões atrasadas para que todas possam ser acertadas”, informou a nota.

    Os atrasos nos pagamentos dos profissionais da saúde vêm se arrastando desde junho. Cerca de 103 funcionários que foram afastados das atividades durante a pandemia por fazerem parte do grupo receberam na semana passada o pagamento referente maio. Profissionais médicos da ativa que trabalham nas UPA’s, inclusive nos pontos de apoio para atendimento da Covid, também receberam os salários com atraso.

    *Atualizado em 16/7 para acréscimo de informação

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