• Professores petropolitanos pedem maior reconhecimento da carreira

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  • 01/08/2018 12:10

    Pesquisa divulgada na última segunda-feira, revela que metade dos professores do Brasil não recomendaria a profissão para um jovem, por considerar que a atividade está desvalorizada. A pesquisa é da “Profissão Docente”, iniciativa da organização Todos Pela Educação e do Itaú Social. Em Petrópolis, os professores demostram verdadeira satisfação pela vocação, mas pedem maior reconhecimento.

    O levantamento feito pelo Ibope Inteligência em parceria com a rede Conhecimento Social, indica que a maioria (78%) dos professores disseram que a escolha da carreira partiu de aspectos ligados à afinidade com a profissão. Já outros 33% dizem estar totalmente insatisfeitos com a atividade docente e apenas 21% estão totalmente satisfeitos.

    Alguns professores que atuam em Petrópolis, confirmam que a desvalorização vem sendo um ponto negativo para o futuro da profissão, entretanto, a maioria delas indicaria a carreira, por se tratar de uma das profissões mais necessárias na nossa sociedade.

    “Eu fujo um pouco dessa linha. Amo a minha profissão e recomendo, sim. É verdade que não temos a valorização necessária, como está acontecendo em boa parte das profissões, mas precisamos mudar isso. Não adianta os professores indicarem ou não a profissão, deve haver um incentivo por parte do poder público para que os nossos jovens se interessem pela carreira”, disse a professora Célia Cristina do Amaral, que atuou por 29 anos na rede municipal de educação. Hoje, aposentada, porém, continua exercendo a profissão. “Continuo dando aulas particulares porque gosto do que faço, nasci para ensinar. Tive oportunidade de deixar a profissão em várias vezes, mas não quis. Precisamos incentivar mais pessoas e não aceitar essa realidade. Tem muita gente com talento ai, não podemos abaixar a cabeça”, conclui a educadora.

    O stress cotidiano e a excessiva carga de trabalho atinge outros educadores. “Hoje não temos tanta liberdade dentro de sala de aula, os alunos têm todos os direitos e ficamos reféns disso. O professor não pode falar nada e muito menos chamar a atenção dos alunos. Atrelado a isso, temos a falta de oportunidades de crescimento da carreira e baixos salários. A profissão precisa de atenção. Mesmo diante de tudo, eu indico a profissão, sim! Todos passam por nós. O professor é essencial e fundamental para o país”, salienta Regina Silva de 59 anos, professora da rede estadual há 24 anos.

    Fernanda Rezende é professora há 17 anos. Atualmente na rede privada, a educadora defende que a classe precisa de um maior reconhecimento.

    “Precisamos de reconhecimento. Hoje, o aluno vê uma medicina com muito mais carinho por ser uma profissão de prestígio e com muito reconhecimento. Ser educador também é! É necessário que a carreira tenha melhor reconhecimento na sociedade, principalmente na remuneração. Sou apaixonada e desejei essa profissão desde pequena, trabalho na rede privada e estou muito feliz, mas compactuo com meus colegas de trabalho da rede pública, que também precisam de maior atenção. É notório que, de modo geral, a profissão não está em sem auge, mas precisamos sim indicar essa preciosa carreira”, disse a professora de 39 anos.

    A remuneração média dos professores no Brasil atualmente, segundo a pesquisa, é de R$ 4.451,56. A maioria dos docentes (71%) tem a profissão como principal renda da casa e 29% afirmam ter outra atividade como fonte de renda complementar. – Informou a Agência Brasil.

    Com 34 anos de atuação, 33 só no Colégio Vicentino Santa Isabel, o professor Luizinho de Araújo diz que a profissão é uma vocação e que, apesar de tudo, é honrosa.

    “De vez em quando encontramos alunos com perfil para educador, precisa ter vocação para tal. Tem suas dificuldades, mas a carreira tem seu lado bom. O contato com o aluno, com famílias e histórias é honroso e gratificante”, conta Luizinho.

    Os pesquisadores entrevistaram 2.160 profissionais da educação básica em redes públicas municipais e estaduais e da rede privada de todo o país. A amostra respeitou a proporção de docentes em cada rede, etapa de ensino e região do país, segundo dados do Censo Escolar da Educação Básica (MEC/Inep).



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