• Privilegiada pelo seu potencial turístico, Petrópolis completa 177 anos com novo desafio.

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  • 09/03/2020 12:00

    O Covid-19 chegou fazendo estragos por onde passa: de vidas perdidas para o vírus à mudança da rotina da população, os problemas passam pelo colapso no mercado financeiro e atingem, agora, o turismo. É que estimativas da World Travel & Tourism Council (WTTC), entidade internacional do setor, apontam que ao menos 25% das viagens previstas para 2020 serão canceladas. O problema é grande, principalmente para cidades como Petrópolis, que completa 177 anos, e tem como uma das principais atividades econômicas justamente o setor de turismo.

    Repleta de riquezas, cultura e cheia de detalhes que representam a história do Brasil, o município estima que, em 2019, 1,8 milhão de turistas tenham visitado a cidade – um recorde. Mas, apesar dos pontos turísticos cheios, um dado chama atenção: 40% das pessoas não conhecem a cidade onde vivem. No ano passado, a guia de turismo, Gabriela Palma, subiu no palco do TEDxPetrópolis para falar sobre o turismo local e refletiu sobre o patrimônio e o valor dado pelos petropolitanos a eles.

    “Somos convidados a conhecer a história do outro, tem brasileiros que foram ao Louvre, mas sequer pisaram no Museu Nacional. Em 2018, perdemos para o fogo um dos nossos maiores patrimônios no nosso estado e isso acontece porque a gente não se apropria desses lugares, a gente não tem orgulho do lugar onde a gente mora” 

    Petrópolis completa 177 anos e reafirma sua importância cultural, histórica e turística. Região escolhida para receber a residência de verão do imperador Dom Pedro II, o município também é conhecido por acolher diferentes culturas, com destaque para a Alemã que colonizou a cidade, e tem como principal característica seu passado histórico. 

    Independentemente da época do ano, era em Petrópolis que moravam os representantes diplomáticos estrangeiros na maior parte do período imperial. Diante disso, pode-se dizer que o turismo foi a primeira vocação de Petrópolis, e que atualmente é um dos principais segmentos da cidade. 

    Com a pandemia de Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus, o setor precisará se reinventar. Em sua talk, Gabriela Palma falou sobre uma nova forma de lidar com o turismo pensado a partir da perspectiva dos moradores locais, vendo-os como turistas em potencial. Assim, ela lança um chamado para o turismo que foge do padrão, sendo acessível e aberto ao maior número de pessoas possível.

    “Quando a gente não visita esses lugares, não se apodera da sua história, não criamos uma conexão e aquilo passa a não ser importante. Petrópolis significa cidade de Pedro, mas hoje ela não é só de Pedro, é de todos nós”.

    Esta é a grande herança que veio do passado, com um Museu modelo, (o Museu Imperial), com as casas de personalidades que residiram por aqui (como Santos Dumont), em casarões nas avenidas Koeler e Ipiranga, principalmente, constituindo-se num acervo arquitetônico e urbanístico sem similar no país. E, por fim, no aspecto da vocação turístico-cultural-histórica, a presença em nossa Catedral dos restos mortais das maiores personalidades do 2º Reinado. E, ainda, o Palácio Quitandinha, o conjunto paisagístico de todo o Centro Histórico, componentes do melhor atrativo turístico-cultural da cidade.

    Apaixonada pelo turismo, Gabriela, migrou em 2015 para área e entendeu no mundo do turismo que os moradores podem sim ser considerados turistas na sua própria cidade. Com uma empresa de roteiros guiados, a Sou+Carioca, que conta curiosidades da cidade e apresenta lugares novos, muitas vezes desconhecidos até pelos moradores.

    A talk “Porque você mora onde os outros tiram férias” está disponível na playlist no YouTube: TEDxPetrópolis. A quarta edição do TEDxPetrópolis | gente comum, ações extraordinárias está previsto para acontecer no dia 23 de maio, mas pode sofrer alterações. Mais informações  nas redes sociais do TEDxPetrópolis.

     

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