• Presidente do Sicomércio vê cenário sombrio pós-Covid: 50% dos estabelecimentos podem encerrar as atividades em Petrópolis

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  • 01/06/2020 07:37

    A pandemia do Covid-19 pode deixar um rastro desastroso na economia de Petrópolis. Além do desemprego recorde – foram mais de 2,5 mil postos de trabalho formais perdidos só no mês de abril – a cidade pode ter 50% dos estabelecimentos fechados. Com as medidas de restrições impostas pelo município para evitar a circulação de pessoas e, com isso, a disseminação do vírus, empresários viram seu faturamento sumir. A ajuda prometida pelo governo federal não chegou e, com as contas batendo na porta, a solução para muitos foi encerrar as atividades.

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    “Estamos lutando para retornar com as atividades o mais rápido possível. Todas as entidades – CDL, Arte e Sicomércio – veem um cenário sombrio para a nossa cidade. Vimos um aumento assustador nas demissões e a expectativa é que aumente ainda mais. Estamos vendo lojas fechando, sem nada dentro e que não irão retornar. É sombrio e preocupante”, alertou o presidente do Sicomércio, Marcelo Fiorini, que também é secretário municipal de Desenvolvimento Econômico.

    Ele disse que não há um levantamento de quantas lojas já fecharam as portas desde o início da pandemia, mas acredita que, nos próximos meses, esse índice pode chegar a 50%. “Senão tiver uma linha de crédito, as empresas não vão agüentar. É preciso que essa linha de crédito chegue rápido e dê condições para que as empresas suportem. São mais de 70 dias sem nenhum tipo de faturamento, fechado, por isso seria fundamental que as atividades de todo o comércio retornassem agora, dia 1º”, comentou Fiorini.

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    Na última semana, as entidades ligadas ao comércio protocolaram na Prefeitura um documento solicitando que todo o comércio reabrisse nesta segunda-feira, dia 1ª de junho, quando começa o plano de retomada das atividades econômicas na cidade. Segundo Fiorini. O pedido, no entanto, não foi aceito pelo prefeito Bernardo Rossi e sua equipe técnica, que trabalham no monitoramento dos dados do coronavírus na cidade e na tomada de decisões quanto à flexibilização do funcionamento das atividades econômicas.

    Nesta segunda-feira, estão autorizados a abrir as portas segmentos incluídos na onda branca: estacionamentos rotativos e particular, papelarias e lojas de suprimentos de escritórios, lavanderia, consertos de equipamentos elétricos e eletrônicos, óticas, restaurantes às margens da BR-040, concessionárias e agências de veículos, consultórios médicos e odontológicos, lojas de tecidos e armarinhos, loja de autopeças e chaveiros. 

    De acordo com plano de flexibilização da Prefeitura, o comércio de roupas, sapatarias e de venda de eletro e eletrônicos podem voltar no dia 8 (se nada mudar no plano de flexibilização). E ainda está sendo analisada a abertura do comércio em geral, shoppings, bares e restaurantes e meios de hospedagem (na sua totalidade).

    Impacto no turismo – Outro setor que vem sofrendo severeramente com a pandemia do Covid-19 é o turismo. Pelo menos seis hotéis e pousadas encerraram as atividades nesses últimos dois meses. “Sempre defendi o isolamento e o fechamento rápido das atividades para que pudéssemos retornar logo, mas o que vemos é ao contrário. A cidade funcionando, de forma irregular. Há cada vez mais pessoas cada vez mais na rua”, lamentou o empresário Rogério Elmor.

    Ele disse que se abertura das atividades não acontecer de forma rápida será impossível a manutenção dos estabelecimentos por mais tempo. “Não aguentaremos mais um mês fechados. Está inviável. Aguentamos mais 15 dias, no máximo. É preciso que o governo autorize, com urgência, a retomada, dentro dos protocolos de higiene e segurança. O comércio e o turismo estão sufocados. Estamos com o faturamento zerado e contando as dívidas”, frisou o empresário.

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