Presa quadrilha que vendia animais marinhos em risco de extinção, em Cabo Frio
O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ), por meio da Promotoria de Justiça de Cabo Frio, e em parceria com a Polícia Civil, por meio da Delegacia de Roubo de Cargas, e com apoio das Delegacias de Meio Ambiente e da 126º DP, deflagraram, na manhã desta quarta-feira (07/10) a operação Poseidon para o cumprimento de seis mandados de busca e apreensão na capital do Rio e em cidades da Região dos Lagos. Até o momento, houve a prisão de duas pessoas e mais de 100 animais foram apreendidos, dentre eles, tubarões, arraias, cavalos marinhos, e diversos tipos de corais. A operação é fruto de uma investigação de três meses, que esteve a cargo da Promotoria de Investigação Penal de Cabo Frio, sobre quadrilha que coleta, armazena e vende animais marinhos em risco de extinção.
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Os animais da fauna brasileira são ilegalmente coletados na cidade de Marataízes, no litoral do Espírito Santo, e de lá são transportados para os municípios de Cabo Frio e São Pedro da Aldeia, na Região dos Lagos, onde ficam em depósito para, então, serem vendidos a lojistas de São Paulo, Santa Catarina, Minas Gerais, além da capital fluminense. Os alvos principais da investigação são José Ricardo de Oliveira Mello e seu filho Ricardo Castro de Oliveira Melo (‘Ricardinho’, um dos presos), apontados como operadores do esquema criminoso que conta com pescadores e revendedores dos animais, além de proprietários de loja física para venda de animais marinhos em Cabo Frio (Centropyge), localizada a 50 metros da antiga loja da família ‘Mundo dos Peixes’, nome fantasia da Vida Aquática Agropecuária Eireli, fechada após autuação do IBAMA. Também foi preso o gerente da Centropyge. Os outros denunciados são apontados como revendedores dos animais.
A investigação detectou que o grupo extraiu diversos tipos de peixes e invertebrados marinhos dos recifes de corais, como tubarões, arraias, cavalos-marinhos, estrelas-do-mar e diversos tipos de corais ameaçados de extinção, e cuja a coleta se encontra proibida por não serem recursos pesqueiros. Além do dano ambiental causada ao meio ambiente, outro problema é que, uma vez retirados de seu habitat e misturados a outros animais exóticos durante o armazenamento, os peixes e corais não podem mais retornar ao local de origem por conta de risco biológico ao bioma marinho. A investigação será finalizada após a análise do material arrecadado. Os animais apreendidos na operação serão depositados sob os cuidados do AquaRio, onde, após passarem por quarentena, serão expostos ao público com o compromisso de estarem servindo de conscientização e educação ambiental.