• Prêmio Alceu Amoroso Lima terá pela primeira vez três outorgados e cerimônia online

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  • 02/12/2020 15:50

    O Centro Alceu Amoroso Lima para a Liberdade (CAALL) e a Universidade Candido Mendes (UCAM) realizarão no dia 10 de dezembro a cerimônia de entrega do Prêmio Alceu Amoroso Lima Direitos Humanos (PAAL-DH), que presta homenagem àqueles que se destacaram na luta humanista e pelos direitos humanos. A cerimônia deste ano será online, às 18h e, pela primeira vez, serão três outorgados.

    O prêmio Alceu Amoroso Lima Direitos Humanos foi criado em 1983 e, segundo a insituição, neste ano atípico de pandemia de covid-19, foram selecionados representantes da área da saúde e das populações indígenas.

    Conheça os outorgagos

    – Sônia Guajajara, liderança do povo Guajajara do território indígena Arariboia no Maranhão e integrante da Coordenação executiva da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB), foi uma das vencedora do Prêmio Alceu Amoroso Lima Direitos Humanos 2020 . 

    Nascida em 1974, Sônia deixou suas origens pela primeira vez aos 15 anos, quando recebeu ajuda da Funai para cursar o ensino médio em Minas Gerais. 

    Sua militância indígena e ambiental começou ainda na juventude, nos movimentos de base, e logo chegou ao Congresso Nacional – onde Sônia Guajajara foi linha de frente contra uma série de projetos que retiravam direitos e ameaçavam os povos indígenas e o  meio ambiente. Em poucos anos, ela ganhou projeção internacional pela luta travada em nome dos direitos dos povos originários. 

    Tem voz no Conselho de Direitos Humanos da ONU e há 10 anos leva denúncias de descaso com os povos indígenas às Conferências Mundiais do Clima (COP) de 2009 à 2019, além do Parlamento Europeu, entre outros órgãos e instâncias internacionais

    Recebeu vários prêmios e honrarias, como o Prêmio Ordem do Mérito Cultural 2015 do Ministério da Cultura e, em 2019, o prêmio da Organização Movimento Direitos Humanos, o Prêmio João Canuto pelos Direitos Humanos da Amazônia e da Liberdade e o Prêmio Packard concedido pela Comissão Mundial de áreas protegidas da União Internacional para Conservação da Natureza (Iucn).

    Em 2018, ela foi a primeira indígena a compor uma chapa presidencial e segue articulando a participação e o protagonismo das mulheres indígenas em várias frentes de luta . Hoje ela faz parte da Coordenação Executiva da  Articulação dos povos indígenas do Brasil (Apib), terminando o segundo mandato (2013/2017)(2017 /2021). E ainda compõe o Conselho da Iniciativa Interreligiosa pelas Florestas Tropicais do Brasil , uma iniciativa que faz parte de um Programa das Nações Unidas .

    – A Fiocruz  – com o Projeto “Conexão Saúde” no Complexo da Maré e Manguinhos – RJ, também recebeu o Prêmio Alceu Amoroso Lima Direitos Humanos 2020. Com a parceria da SAS Brasil, a Dados do Bem, a União Rio, a Redes da Maré e Conselho Comunitário de Manguinhos, o Projeto Conexão Saúde atende perto de 190 mil pessoas, atenua a enorme desigualdade social em nosso país, principalmente na questão da saúde, e “revela um modelo de projetos inovador de combate à pandemia nas favelas”.

    – O SUS – foi também premiado, na pessoa dos seus cientistas e toda sua  equipe de profissionais e colaboradores, que mostraram, num momento tão grave na área de saúde como a pandemia que assolou o país,  um exemplo profissional e humano que  merece todo o reconhecimento e gratidão.  O CAALL convidou para receber a honraria, a Associação Brasileira de Saúde Coletiva/ABRASCO, por seus 41 anos de atuação na construção do SUS. 

    A Menção Honrosa foi para a Comunidade de Paraisópolis, em São Paulo, pelos Programas desenvolvidos por sua Associação de Moradores no combate à pandemia: “Presidentes de Rua”; “Adote uma diarista” e  “Construindo sonhos”.  

    O Prêmio POST MORTEM foi outorgado:

    Paulo Sérgio Leite – Engenheiro agrônomo e um dos fundadores do CDDH- Petrópolis, Paulo faleceu este ano, aos 52 anos, vítima da Covid-19. Dedicado ao seu compromisso humanitário e ambiental, Paulo era a pessoa que mais se destacava na  cidade por seu conhecimento e convicções. 

    Rieli Franciscato – Sertanista e indigenista. Chefe da Frente de Proteção Etnoambiental, Rieli  era reconhecido por sua dedicação e compromisso com a vida e o futuro dos povos indígenas isolados. Tinha mais de 30 anos de atuação na Funai. Ao ser informado da presença de um grupo de índios isolados do Cautário em Seringueiras, se dirigiu ao local para evitar o conflito entre indígenas e não indígenas, sendo flechado quando se aproximou.  

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