• Prefeitura faz convênio com clínica para restabelecer atendimento de ortopedia

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  • 01/02/2019 09:05

    Sem acordo com os médicos que atendem no Ambulatório do Ortopedia do Hospital Municipal Nelson de Sá Earp (HMNSE), a prefeitura anunciou no fim da tarde dessa quinta-feira (31) que o atendimento será restabelecido por meio de convênio com uma clínica particular.

    Pelo convênio, a Secretaria de Saúde oferecerá 300 consultas semanais aos pacientes. Um médico ortopedista também atuará no Hospital Alcides Carneiro (HAC) para 150 consultas semanais. Segundo a Secretaria de Saúde, no HMNSE, o retorno do atendimento acontecerá na próxima quarta-feira, dia 6, após a readequação do quadro de estatutários. A quantidade de consultas será definida de acordo com a quantidade de médicos que permanecerem no trabalho.

    A Secretaria informou que os pacientes com  consultas e exames agendados esta semana e que não foram atendidos em função da paralisação dos médicos serão contatados um a um e reagendados nos locais onde haverá atendimento. “Não é necessário ir presencialmente no HMNSE, no HAC ou mesmo na clínica que está sendo contratada. O paciente vai ser acionado por telefone com seu atendimento remarcado certinho, com tranquilidade. Não vamos deixar que se forme fila de espera ou que os tratamentos e acompanhamentos sejam interrompidos”, avisa a secretária de Saúde, Fabíola Heck.

    A greve dos médicos do Ambulatório de Ortopedia do HMNSE completou nessa quinta-feira (31) quatro dias. Os médicos acusam a prefeitura de descumprir um acordo e dizem que receberam no mês passado menos da metade do salário. O município bateu o pé e disse que só vai pagar aos profissionais pelas horas trabalhadas. 

    Sem atendimento, alguns pacientes estão recorrendo à emergência do HMNSE para conseguir a consulta. Na manhã dessa quinta, o ajudante de portaria, Diogo Barrozo, de 37 anos, retornou ao hospital em busca de um médico. Na terça, ele já havia estado na unidade para uma avaliação. "É o segundo dia esta semana que tento um médico para me atender. Quebrei o calcanhar e preciso de avaliação para saber se vou operar. Com a greve, estou tentando a sorte aqui na emergência. Quem sabe me atendem?", contou o paciente.

    A idosa Vilma França, de 65 anos, também procurou o HMNSE na manhã de quinta-feira. Ela machucou a bacia e depois de receber o atendimento na emergência foi encaminhada para o Ambulatório. "Na emergência já fizeram o que podiam por mim. Agora preciso acompanhar com o médico do Ambulatório, mas disseram que eles estão em greve e que tenho que esperar para marcar a consulta", disse.

    O Ambulatório de Ortopedia é o único na cidade que atende pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Cerca de 8.920 pacientes são atendidos por mês na unidade.

    Prefeitura chegou a anunciar um novo Centro Municipal de Ortopedia. Projeto não saiu do papel

    O coordenador da Seccional do Cremerj-Petrópolis, Guilherme Toledo, denunciou em entrevista à Tribuna na quarta-feira (30), as péssimas condições de trabalho dos médicos no Ambulatório de Ortopedia do Hospital Municipal Nelson de Sá Earp (HMNSE). A unidade conta com apenas dois consultórios, sem ar condicionado ou ventiladores, e separadas apenas por divisórias. 

    Em 2017, a prefeitura chegou a anunciar a implantação do Centro Municipal de Ortopedia. A unidade seria instalada, ainda no ano passado, no prédio onde funcionava a Coordenação de Epidemiologia. O imóvel atenderia as necessidades dos médicos e teria capacidade de atender de forma mais adequada os pacientes. 

    O setor de Epidemiologia foi transferido em março de 2018 para um imóvel na Rua Dr. Sá Earp, no entanto as obras para a instalação do centro nunca saíram do papel. Atualmente, apenas o setor de vacinas funciona no prédio da antiga Coordenação. O horário de atendimento ao público é reduzido, funcionando apenas no período da manhã, das 8h às 13h. Depois deste horário, o imóvel, localizado ao lado do HMNSE, fica fechado. 

    O projeto inicial da prefeitura com a criação do Centro Municipal de Ortopedia era ampliar o atendimento com consultas por subespecialidades: joelho, ombro, coluna, quadril e trauma. Além de contar com uma sala de imobilização e uma recepção, as consultas passariam a ser realizadas com cinco especialistas atendendo diariamente.

    O Centro Municipal de Ortopedia, de acordo com a prefeitura, também contaria com atendimentos clínicos e exames para a instalação de um ambulatório para tratamento de artrose. A Prefeitura chegou a anunciar que, no primeiro semestre de 2018, um estudo seria realizado para a instalação desse ambulatório. Além disso, o município contaria com um aparelho de ultrassonografia e de densitometria óssea previstos em emendas parlamentares.

    Em nota, a prefeitura informou que o projeto para a implantação do Centro Municipal de Ortopedia (CMO) passou por readequação de cronograma e tem previsão de inauguração no final do primeiro semestre.

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