• Precariedade do serviço de internet traz prejuízos para empresas petropolitanas

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  • 22/01/2017 08:40

    O setor de tecnologia em Petrópolis emprega atualmente cerca de 3 mil pessoas e fatura, em média, R$ 600 milhões por ano. A área é considerada uma aposta para o município e deve movimentar a economia tanto quanto o turismo no futuro. Atualmente, a cidade possui um Polo Tecnológico, no Quitandinha, com cerca de 10 empresas e com planos de expansão. Além disso, está localizado também naquela região o Laboratório Nacional de Computação Científica (LNCC), vinculado ao Governo Federal e que abriga o maior supercomputador da América Latina. Mas para que o setor continue crescendo é preciso investir, principalmente no desenvolvimento da conectividade. De acordo com especialistas do Polo Tecnológico, a precariedade do atendimento das operadoras é um dos gargalos que o setor enfrenta. Eles afirmam que melhorou na última década, mas ainda é um entrave, principalmente na hora de atrair novas empresas. 

    Para agravar a situação foi diagnosticado, recentemente, um problema na rede de cabeamento que atende a cidade. Segundo a prefeitura parte da fibra ótica está rompida no Centro Histórico desde o ano passado, o que está ocasionando problemas de telefonia e internet. Mas as dificuldades com a conexão não se restringem ao Centro da cidade. Nos distritos, o cenário é mais preocupante. Itaipava, que recebe centenas de turistas e veranistas nos fins de semana, possui trechos que não oferecem nenhum tipo de conexão e outros que não há sequer sinal de celular. 

    Marcelo Carius é diretor da Neki-it, uma das empresas na área de tecnologia de informação, sediada no polo tecnológico do Quitandinha. Ele contou que há muito tempo vem buscando melhorias da oferta de internet focado principalmente no ramo empresarial, mas não tem muito o que comemorar. Ele revelou que dentro da própria sala, no polo tecnológico, o sinal do celular não pega. “Às vezes um cliente quer ligar e não consegue. Não atendê-lo é um prejuízo imenso”, explicou. 

    O diretor acredita que é preciso mais oferta, até mesmo para gerar um preço mais competitivo, considerando que o valor pago hoje é alto. Além disso, defende que os poderes público e privado devem pressionar as operadoras de cobertura móvel, cobrando um serviço de mais qualidade. “A cidade está desassistida. No polo, a internet é 100% necessária. As empresas podem ficar sem água, mas sem internet não”, destacou. Marcelo pontua ainda que a quantidade de antenas que existem na cidade, atualmente, está defasada e é inferior a demanda.

    Apesar das condições precárias, ele reconhece que melhorou nos últimos anos. “Antes éramos atendidos por uma empresa de internet e hoje são seis”, disse mencionando a Net, All Conections, YIP, Oi, Embratel e a empresa colombiana NQT. Mas, ainda assim, não é suficiente para garantir a boa operação dos negócios. Se chove, por exemplo, há um risco imenso de as empresas ficarem sem conexão. 

    Jonny Klemperer, membro do Conselho Gestor do Polo Tecnológico, disse que uma das alternativas para que a internet opere com mais qualidade é por meio da Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP). Porém, esta rede de fibras óticas só pode ser utilizada para fins de pesquisa. A ideia é que o polo possa oferecer a manutenção para essa rede em troca de um par de anéis para melhorar a conectividade. 

    Ele lembra ainda que a precariedade na oferta de boas conexões na cidade causa prejuízos, tanto para atrair as empresas, quanto para contribuir para que elas permaneçam na cidade. “Temos um exemplo de uma organização que veio de São Paulo e se instalou em uma casa em Araras, com uma proposta de oferecer um ambiente de trabalho bucólico para os colaboradores. Mas pouco tempo depois, começaram os problemas com energia elétrica e internet. Na época, ela tinha recebido a promessa de que ia melhorar, mas isso não ocorreu e a empresa voltou para o local de origem”, comentou. 

    Alexandre Macedo, diretor da Info4 e coordenador do grupo de infraestrutura do polo acredita que o avanço e a melhoria nas ofertas de serviços de banda larga, 4G e conectividade em geral são pontos fundamentais para as empresas de tecnologia que atuam na cidade. “O Parque Tecnológico vem atuando de forma efetiva junto à Prefeitura, órgãos públicos responsáveis e as operadoras que têm interesse de investir na região. Um resultado concreto recente foi a confirmação da vinda da YIP Telecom para se instalar no Parque Tecnológico e atender as empresas locais", acrescentou. 

    Sobre o rompimento da fibra ótica no Centro da cidade, a prefeitura informou, em nota, que está estudando a melhor forma de sanar o problema. Disse ainda que diagnósticos estão sendo feitos e projetos já estão em sendo elaborados com a intenção de melhorar o tráfego de dados na cidade. 


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