• Polícia investiga casos de participação no jogo “Baleia Azul” em Petrópolis

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  • 08/05/2017 10:25

    O jogo criado na Rússia que chegou ao Brasil há dois meses e induz crianças e adolescentes a cometer automutilação e até o suicídio, o “Baleia Azul” está sendo investigado no Estado do Rio de Janeiro pela DRCI – Delegacia de Repressão aos Crimes da Informática. Dois casos de jovens que se envolveram no jogo em Petrópolis estão sendo investigados e para orientar os diretores e orientadores escolares sobre como identificar os jovens que podem estar participando do jogo, um bate papo ocorreu nessa sexta-feira (05.05) entre os profissionais da rede municipal, estadual e particular e a delegada da DRCI, Fernanda Fernandes.

     O encontro ocorreu no Salão Nobre da UCP e contou com a participação do secretário de Educação, Anderson Juliano e do secretário de Saúde, Silmar Fortes. Mais de 200 pessoas entre educadores e orientadores participaram da reunião. 

     “Temos que ter um olhar diferenciado para as crianças e adolescentes, a partir de uma visão ampla da educação, por isso as outras redes foram convidadas para participar do encontro. Esse bate papo foi importante porque mostrou como os orientadores e diretores devem proceder caso notem alteração de comportamento nas crianças. O orientador é a pessoa que tem um contato maior com os pais e eles podem indicar como  pode ser feita a abordagem com relação ao problema e onde pedir ajuda. Agora, as dicas serão repassadas para os professores que também ficarão atentos a todas as situações. Dois casos de adolescentes que podem ter participados do jogo estão sendo investigados”, disse Anderson Juliano.

     De acordo com a delegada Fernanda Fernandes, a participação da escola nesse acompanhamento é importante porque os jovens passam muitas horas no ambiente escolar e, como a maioria dos pais trabalham, o apoio é importante na identificação de eventuais mudanças no comportamento. 

     “As crianças e adolescentes acabam ficando muitas horas do dia com outras pessoas e os pais precisam desse auxilio para prevenir eventuais problemas. O jogo surgiu na Rússia onde foram detectados 130 casos de morte e chegou no Brasil nesse ano. Estamos desenvolvendo na delegacia um trabalho inovador porque é preventivo. O jogo prevê 50 etapas e última dela induz o participante a cometer suicídio. Precisamos do apoio das escolas porque os dados são importantes para o processo de investigação”, contou Fernanda.

     Ainda segundo a delegada, as secretarias de Saúde e Educação devem ter uma atenção especial com relação ao problema. “Na escola deve ser observada a mudança de comportamento e na área de saúde, quando a criança ou adolescente chegar para o atendimento, os profissionais devem ficar atentos as marcas de automutilação. A pessoa que conduz o jogo oferece apoio ao participante e ganha a confiança do jovem que não consegue sair depois. As vitimas não costumam procuram a delegacia por isso o trabalho de prevenção é tão importante. Os pais devem procurar a delegacia e monitorar as redes sociais dos filhos e se a escola identificar que o jovem está participando do jogo, deve notificar a delegacia também”, explicou a delegada colocando a disposição o email da delegacia para denúncias: drci@pcivil.rj.gov.br.

     Na ocasião, profissionais da rede de saúde e Conselho Tutelar se colocaram à disposição para receber denuncias e dar orientação. O tema se tornou problema depois da suspeita que os desafios do jogo levaram ao suicídio três jovens nas cidades de Belo Horizonte (MG), Pará de Minas (MG) e Arcoverde (PE).

     “Crianças pequenas já tem acesso a jogos virtuais e elas descobrem muito rápido como as coisas funcionam na rede. Muitas estão inscritas em redes sociais e os pais devem ter acesso a senha e aos conteúdos que eles estão acessando. A prevenção deve ocorrer o tempo todo e a ajuda da escola é muito benéfica nesse sentido”, disse Ângela Motta, diretora do Núcleo de Tecnologia e Educação do município. 

     

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