• Poderoso renascer

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  • 06/12/2016 12:00

    A rebordosa brasileira, chocante e surrealista, que violenta o mais comezinho bom senso, o mínimo prurido ético e a falta de vergonha e amor cívico, está nas ruas e nos plenários dos três poderes da republiqueta que esta turma de plantão lá em cima diz governar, legislar e defender legalmente.

    Todos falam de corrupção e quando se pensa que as discussões e medidas visam minimizar ou extirpar a nódoa vil, esbarra-se com o contrário, ou seja, os usuários dos poderes estão preocupados simplesmente na luta pela manutenção dos privilégios, mordomias, lupanares luxuosos e perseguição e extinção a quantos estejam molestando suas esticadas de pernas nas coberturas luxuosas do poder, nas suítes presidenciais que movimentam os milhões surrupiados nas bolsas da pobreza infinda espremida nos becos das ruelas fétidas dos ratos e dos tonéis de lixos entornados.

    Livros sagrados prometem o apocalipse e, por aqui, o vaticínio já chegou: estamos chafurdados na imundice dos milhões de dólares acumulados nos iates, nas coberturas luxuosas, nos palácios do mundo e, até nas poltronas dos grandes espetáculos cênicos neo iorquinos.

    Os poderes por aqui, que deveriam ter inspiração na trilogia “legalidade, igualdade, fraternidade”, na contramão de tudo, desrespeitam as leis (decisões incríveis de desembargadores); conspurcam a igualdade (quando dirigentes espoliam os cofres públicos e compram joias para suas amadas, fechando o prato de feijão de um real para que cada real deste gere a monstruosidade da rapinagem); abandonam o semelhante (apenas pela fraternidade íntima da indecente arrogância das coleções de automóveis, jantares regados com envelhecidos vinhos e prazeres de causar impacto nos salões das antigas sodomas e gomorras que levaram à ira a bondade suprema de um ser infinito reconhecidamente bondoso).

    Os corruptos e corruptores riem dos combatentes que sustentam com heroísmo seus propósitos. Os vis abrem suas burras, sem qualquer pudor, em manobras nada sutis, para afastar as investigações, caem em ridículos tão vergonhosos, tão escrachados, que desmontam qualquer senso e bestializam as mínimas sensibilidades perceptivas.

    Tal e qual um senador que desfila com ares e sorrisos de pureza tanta, mas tanta, que achamos nós – povo – que ele deve ser de outro planeta, um robô sem sentimento, programado de mentira da cabeça aos pés. Ele vem, vai, sobe, cai, levanta sem perder a pose e o sempre poderoso renan…ser.

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