• Petropolitano participa de projeto de escavações arqueológicas no Egito

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  • 28/02/2016 09:00

    Um petropolitano de 28 anos está realizando um sonho no Egito. Pedro Luiz Diniz Von Seehausen é arqueólogo e embarcou no projeto chamado Neferhotep, que engloba escavações de diversas tumbas no complexo funerário do escriba do deus Amon Neferhotep. Iniciado em 1999, o projeto possui uma equipe formada por arqueólogos e egiptólogos da Universidade de Buenos Aires (Argentina), Universidade de Chieite Pescara (Itália) e do Laboratório de Egiptologia do Museu Nacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Ao todo, o projeto conta com a colaboração de 23 pesquisadores de diversas nacionalidades, sendo apenas quatro brasileiros. 

    Pedro ingressou no projeto em 2014, quando passou pela primeira experiência de escavação arqueológica, no Egito. Ele contou que este é um trabalho continuado que conta com  temporadas de duração média de 1 a 2 meses todos os anos e que não tem prazo para terminar. Além disso, explicou que além das pesquisas arqueológicas no complexo funerário, o projeto também tem como objetivo a restauração e conservação desse espaço para que no futuro seja aberto à visitação. 

    O trabalho dos pesquisadores no Egito começa cedo. Segundo o petropolitano, às 7h o grupo já está nas tumbas. Quando chegam no país africano as equipes são divididas. Uma parte continua o processo de escavação e a outra analisa o material arqueológico já recuperado. Ao mesmo tempo, é feito também o trabalho de restauro e conservação da tumba de Neferhotep, realizado por um grupo de alemães. Após o serviço feito em campo, o grupo volta para o hotel para finalizar os relatórios de escavação. 

    De acordo com Pedro, esse projeto sempre foi um sonho. “Desde a infância queria participar dessa experiência, então embarcar para o Egito é uma realização pessoal”, disse. Mas o estudo feito no local também envolve muitos desafios. O principal, segundo o arqueólogo, é o espaço com mais de 3 mil anos de história que é desafiador do ponto de vista científico. “Escavar uma tumba é algo bem diferente de todas as experiências profissionais que já tive no Brasil”, declarou. 

    Desde que embarcou nesse projeto, foram descobertos materiais arqueológicos interessantes. O petropolitano cita uma grande quantidade de estatuetas de servidores funerários, que eram conhecidos como shabits, cuja função seria realizar os trabalhos dos mundos dos mortos. Ele contou também que foi encontrada uma expressiva quantidade de múmias humanas e caixões. 

    Pedro nasceu em Petrópolis, mas atualmente mora no Rio de Janeiro. Por aqui estudou em diversas escolas e se mudou aos 19 anos, quando passou para a faculdade de História na UFRRJ. Mesmo depois da formatura em 2010, chegou a morar mais um ano na cidade, mas voltou para o Rio para concluir o Mestrado em Arqueologia no Museu Nacional- UFRJ. 


    Sobre o projeto

    As tumbas do complexo de Neferhotep localizam-se no chamado “Vale dos Nobres”, parte da necrópole da antiga Tebas, próximo ao “Vale dos Reis”, local de sepultamento dos mais famosos faraós do Egito antigo, no caminho que leva ao templo memorial da rainha-faraó Hatshepsut. 

    As tumbas do “Vale dos Nobres” foram destinadas a altos funcionários ligados à administração faraônica e ao grande templo de Amon em Karnak. Além da tumba do grande escriba Neferhotep, a equipe de egiptólogos realiza as escavações de duas outras tumbas de sacerdotes denominados “puros”, que exerciam sua função no templo de Karnak. Eles eram os responsáveis pelo manuseio do material ritual do templo do deus Amon.


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