• Petrópolis vai ter campanha de conscientização sobre o Cordão de Girassol

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  • 17/03/2020 09:48

    Usado como um símbolo de apoio e ajuda às pessoas com deficiências ocultas, o Cordão de Girassol é uma ferramenta de inclusão e que passa a ter uma lei específica em Petrópolis. Na última semana, o prefeito Bernardo Rossi sancionou o projeto que cria uma campanha de conscientização sobre o uso do acessório. O decreto foi publicado no Diário Oficial do dia cinco.

    A nova lei determina que a Prefeitura realize, anualmente, na terceira semana de setembro, as campanhas de sensibilização incentivando o uso do acessório e capacitando profissionais para o atendimento especial às pessoas com deficiência.

    O cordão foi criado em 2016 por funcionários de um aeroporto de Londres sensibilizados com a situação de dificuldade que alguns passageiros apresentavam durante a tramitação burocrática de segurança para embarque. O uso do cordão ainda é pouco difundido, mas com a aprovação da lei a expectativa é que se torne mais comum. “É importante a utilização do cordão como forma de fazer com que estas pessoas tenham os seus direitos respeitados. Assim, elas podem ter garantias de vagas reservadas e filas preferenciais”, disse a vereadora Gilda Beatriz, autora do projeto.

    Para a empresária Fabiana Dias, de 40 anos, a iniciativa é positiva e será uma ferramenta importante para a inclusão. “Não queremos esconder os nossos filhos e sabemos de como, às vezes, é difícil o tratamento da sociedade. Tem dias que estamos desgastadas e chegar na rua e ter que encarar o olhar de certas pessoas torna tudo ainda mais difícil”, comentou.

    Ela é mãe de uma menina autista de nove anos e conta que o cordão pode ajudar nas tarefas do dia a dia. “Ela estuda em Nogueira e moramos em Corrêas. Pegamos o ônibus no terminal e para as pessoas é difícil entender que ela precisa passar na frente, que não dá para ficar na fila. Nem todo mundo entende. Com o cordão eu acho que será mais fácil”, disse.

    A menina estuda em uma escola inclusiva, a Céu Azul Montessori, onde convive com alunos com e sem deficiência. “A escola tem 24 anos, mas há seis mudamos a metodologia saindo do sistema tradicional e adotando o de agrupamento. Sempre tivemos alunos com algum tipo de deficiência e a inclusão era adotado. Mas, percebi que após mudarmos o modelo pedagógico foi muito mais fácil o convívio dos alunos”, disse a diretora Tatiana Cordeiro de Lima Duarte.

    A escola conta com 100 alunos e a metodologia visa o bem-estar do aluno, respeitando as individualidades de cada um. “Tudo mudou quando deixamos o modelo tradicional. Todas as crianças, sejam elas deficientes ou não, participam das atividades sem que haja qualquer problema, desrespeito ou discriminação”, ressaltou Tatiana, que também aprovou a lei.

    Para a diretora da Escola Municipal Paulo Freire, Ana Lúcia Rocha dos Santos, o importante neste momento é conscientizar a sociedade. “As pessoas precisam saber o que significa o cordão e para isso as campanhas são essenciais e fundamentais para que não haja confusão. A iniciativa é positiva, temos alunos na escola que poderiam usar o cordão e que vai ajudar muito no dia a dia. Com a sensibilização de todos, a medida é extremamente positiva”, frisou a diretora. O Cordão do Girassol pode ser encontrado em sites especializados. Os valores variam de R$ 10 e R$ 13. 

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