• Petrópolis espera grandeza

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  • 04/12/2016 09:00

    Estamos fechando um ciclo, a pouco menos de 30 dias para o apagar das luzes de um governo municipal, que em seus extertores ainda preocupa mais de 12 mil pessoas, seus familiares e amigos, sobre a situação de recebimento ou não do seu direito, o décimo terceiro salário e se receberá ou não, o salário de dezembro antes do final do ano.Uma situação lamentável sob todos os aspectos e que poderia ter sido evitada. Os sinais de fumaça, quando da não antecipação da metade do décimo terceiro que tradicionalmente, sempre foi feita no meio do ano, já mostravam que algo não ia bem, porém poucos atentaram para este detalhe. Por conta das eleições, a administração municipal tentou tapar o sol com a peneira. 

    É importante patentear-se aqui, que  esta administração que ora deixa o Palácio Sérgio Fadel, sempre teve, nos últimos 4 anos, um raciocínio enviesado, mesclado de futilidade com pretensões à profundidade. Chama atenção a sua perseverança e convicção na falta de renovação da abordagem politica.

    Mas o que se mostra agora é que a grande falha foi sem dúvida a falta de planejamento e gestão com competência. Como deixar de pagar funcionários? Culpar a crise do Estado, convenhamos é um argumento falacioso, culpar a má divisão de receitas (alegando que a parte que toca ao Município é insuficiente) em parte, somente em parte, é a expressão da verdade. O que tivemos foi falta de criatividade e ausência de esforços.

    Sabemos que está em curso uma ação judicial promovida pelo Sisep na tentativa de bloquear os recursos financeiros que forem encontrados nas contas da prefeitura para garantir o pagamento do décimo terceiro salário; a pergunta que se impõe é: necessitava a prefeitura passar por isto? Sabemos a resposta. Mas a forma tosca com que foi conduzida esta situação até aqui, obrigou a busca da tutela jurisdicional. 

    A insensibilidade no tratamento para com o funcionalismo demonstra a falta de compaixão e respeito e demonstra a despreocupação com o bem-estar das pessoas.

    O que se espera de um gestor público, sempre digo isto, é generosidade. Que as mágoas da perda de uma eleição (mesmo que elas existam e calem fundo) não podem se sobrepor a uma responsabilidade. Se foi eleito para administrar até 31 de dezembro de 2016, a obrigação é gerir até o último dia, mesmo com o dissabor da derrota.

    Ninguém elegeu, há quatro anos, um Pilatos, que ao final prefere lavar as mãos. Então, o que se espera é uma atitude de grandeza e na altura do cargo, para que não se veja o exalar de um ranço que se eleva como o cheiro de um incenso vagabundo.

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