• Petrópolis completa 173 anos

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  • 15/03/2016 17:20

    Nesta quarta-feira, Petrópolis completa 173 anos e reafirma sua importância cultural, histórica e turística. Região escolhida para receber a residência de Verão do imperador Dom Pedro II, o município também é conhecido por acolher diferentes culturas, com destaque para a Alemã que colonizou a cidade, e tem como principal característica seu passado histórico. A partir de sua criação, recebeu uma povoação criada por Decreto Imperial, desenhada especialmente para atender à área para sua edificação, assim como a presença do Imperador na serra, com a construção de palácio de veraneio e o deslocamento da Corte do Rio de Janeiro para Petrópolis.

    Capital do Império durante alguns meses, essa característica perdurou com a proclamação de República, em (1889), com o veraneio dos presidentes, o que acontecia todos os anos, até os anos 50, quando a capital federal mudou para Brasília. A partir dai Petrópolis, de acordo com o professor, historiador, e vice-presidente do Instituto Histórico de Petrópolis, Joaquim Eloy Duarte dos Santos,  perdeu o status de capitão do verão, porém ter modernas estradas federais e a proximidade com o Rio de Janeiro, manteve sua condição de cidade para turismo e ótima para viver. 

    “Com o tempo a 'vida do município' veio se alterando, passando de um polo industrial, principalmente têxtil, para uma cidade de serviços e comércio de confecções, com o advento da concentração de malharias na rua Teresa e crescimento da atividade para outras áreas, inclusive os distritos. Hoje poucas indústrias de porte subsistem, o que tem sido compensado com a certeza de que a cidade possui grande potencial turístico principalmente histórico, como, também, a potencialidade da população nos setores das artes em várias manifestações. Esta a grande herança que veio do passado, com um Museu modelo, (o Museu Imperial), com as casas de personalidades que residiram por aqui (Santos-Dumont e notáveis do Império e da República), em casarões nas avenidas Koeler e Ipiranga, principalmente, constituindo-se num acervo arquitetônico e urbanístico sem similar do País. E, por fim, no aspecto da vocação turístico-cultural-histórica, a presença em nossa Catedral dos restos mortais das maiores personalidades do 2º Reinado, o Imperador D.Pedro II, a Imperatriz Teresa Cristina, a Princesa Isabel e esposo Conde D´Eu, cuja Capela Imperial marca a presença de Petrópolis no Império Brasileiro. E, ainda, o Palácio Quitandinha, a Casa de Santos-Dumont, o conjunto paisagístico de todo o Centro Histórico, componentes do melhor atrativo turístico-cultural da Cidade”, contou o historiador.

    Assim como a influência cultural, a estrutura política de Petrópolis tem como referência os acontecimentos históricos que aqui ocorreram. Tudo começou nos tempos imperiais, quando o Imperador, e sua família, os Ministros, políticos de todos os níveis, somando-se à população fixa, foram edificando a cidade, o que foi continuado pela República. De 1894 a 1903, Petrópolis tornou-se capital do Estado do Rio de Janeiro, e por isso atraiu a chegada de políticos de todo o Estado com especial atenção à Cidade. 

    Em 1916 foi criada a Prefeitura Municipal, pelo Governador Nilo Peçanha, que possuía casa em Petrópolis, nomeando um outro ilustre habitante, o Dr. Oswaldo Cruz, como 1º Prefeito Municipal. A partir dai a influência política que vinha do Distrito Federal (o Rio de Janeiro) e de Niterói (capital do Estado do Rio de Janeiro), distanciou-se desse rumo, para o exercício de uma política voltada à Cidade, com lideranças locais, que assumiram os destinos municipais.

    “Isso tudo ficou ainda mais acentuado, com a transferência do Distrito Federal para Brasilia, e término dos veraneios presidenciais. Os comandantes políticos cuidaram do povoamento das encostas, de muitas intervenções urbanas, permitindo uma ascensão de empresas imobiliárias que vieram modificando o aspecto do Centro Histórico, sob a adoção de um gigantismo mais apropriado a uma metrópole, do que a uma cidade plantada na serra e de topografia complicada. Hoje, deu-se uma revitalização do Centro Histórico, procurando manter elementos que atestam a cultura e a história da Cidade, prestigiou-se uma nova cara para a Rua Teresa e vem-se buscando o turismo nos distritos, que foram durante muitos anos relegados ao esquecimento. Administradores, infelizmente, não tem dado continuidade aos projetos de antecessores, cada qual implementando novos projetos que tem comprometido alguma conquista conseguidas em administrações mais séria e comprometidas com a cidade”, concluiu Joaquim Eloy.


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