Petrópolis bate recorde no número de abstenções no segundo turno das eleições
A quantidade de pessoas que não compareceram às urnas neste segundo turno das eleições municipais foi a maior dos últimos anos em Petrópolis. Desde 2008, segundo levantamento feito pela Tribuna no site do Tribunal Regional Eleitoral (TRE), o número de eleitores faltosos vem crescendo de forma exponencial, chegando este ano à metade do eleitorado petropolitano.
De acordo com os dados do TRE, o segundo turno deste ano teve 35,65% de abstenção, ou seja, 85.621 eleitores não compareceram nas seções eleitorais. Nas últimas eleições municipais (2016), o percentual de faltosos foi de 27,05%, totalizando 66.275 pessoas que não foram votar.
Nas eleições municipais de 2012, também no segundo turno, o percentual de abstenção foi de 22.57%, o que representou 54.480 eleitores que não compareceram às urnas. No pleito de 2008, a quantidade de faltosos foi de 18,66%. Na época, 43.270 pessoas se abstiveram e não escolheram o novo representante da cidade.
Para o jornalista e comentarista político Rogério Tosta, o número alto da abstenções este ano foi causado principalmente por dois fatores: a pandemia de Covid-19 e a descrença da população na política. “Primeiro, mostra que as pessoas não estão interessadas na política. Não acreditam ou não se sentem mais representadas pelos políticos. Independente de quem seja. Basta ser político para ser criminalizado. Outro efeito é o da pandemia. Muitas pessoas ficaram ainda com medo de sair de casa”, comentou.
No segundo turno deste ano, na soma das abstenções com os votos nulos e brancos revelou que 51% do eleitorado não optou por nenhum dos candidatos – o ex-prefeito Rubens Bomtemp (PSB) e o atual prefeito Bernardo Rossi (PL). “A quantidade de abstenção neste segundo turno, que foi maior que no primeiro, é uma mostra clara de que os dois candidatos não agradam a maioria dos eleitores. No segundo turno, além do aumento de abstenções, nulos e brancos, a votação dos dois candidatos também foi menor. Isso, na minha visão, é a resposta do eleitor de que nenhum dos dois candidatos os representam. O eleitor quer mudança, mas ainda não sabe como mudar, pois no primeiro turno tivemos seis candidatos que nunca participaram de nenhuma eleição e, mesmo assim, não foram capazes de levar confiança à maioria do eleitorado que quer mudança”, concluiu Rogério Tosta.