• Pelo menos cinco retornam à calçada do INSS

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  • 18/08/2016 18:20

    Moradores de edifícios localizados na Rua Barão de Teffé voltaram a reclamar da presença de mendigos em frente ao prédio do INSS. Ao menos cinco pessoas vivem no local. De acordo com vizinhos do grupo, discussões de madrugada são comuns, assim como assuntos sobre o uso de entorpecentes. Além disso, dois cachorros estão sendo criados por eles. Os petropolitanos temem por sua segurança e denunciam a falta de higiene no local, que agora vive cheio de papelões, colchões e restos de comida.

    O mesmo grupo já havia sido alvo de reclamações em novembro do ano passado, quando um homem e uma mulher grávida passaram a viver na calçada do prédio do INSS. Na época, o casal mantinha, inclusive, relações sexuais no meio da rua e brigava com frequência. Um pouco antes de ter o bebê, a mulher deixou o local e retornou há poucas semanas sem a criança. Além do casal, outras pessoas moradoras de rua também passaram a viver na mesma área. 

    No ano passado, a família chegou a ser abordada ao menos em três ocasiões por profissionais da Setrac, que afirmaram que nenhum deles quis ir para o Abrigão da Prefeitura, e que eles não poderiam recolher esses moradores à força. “Se nenhuma autoridade pode tomar uma providência como vamos fazer? Nós que moramos perto sofremos com a bagunça que eles fazem. A janela do meu quarto fica exatamente em direção à rua e ouço a madrugada inteira as brigas e conversas deles. Preciso trabalhar! Não dá para viver dessa forma. Espero de verdade que eles sejam levados para um lugar confortável e que nós possamos voltar a ter tranquilidade. Também me sinto apreensiva de passar ali tarde da noite, por isso tenho tentado chegar o mais cedo possível em casa”, disse uma moradora que preferiu não se identificar. 

    Ainda de acordo com ela, que vive na região há mais de 10 anos, o local sempre foi alvo de moradores de rua, porém, nos últimos anos, a situação está pior. “Esse grupo específico causa muito tumulto. Esta semana a moça jogou no chão um dos cachorros que eles criam e teve início uma briga generalizada entre os integrantes dessa família. As pessoas que não moram aqui ficam com pena e acabam deixando comida, colchões e outros itens na intenção de ajudá-los, mas isso só estimula que eles continuem vivendo na rua”, disse.

    A Secretaria de Trabalho, Assistência Social e Cidadania (Setrac) informa que realiza, constantemente, o trabalho de abordagem em todo o município. As equipes abordam pessoas em situação de rua, tentando convencê-los a pernoitarem no Núcleo de Integração Social (NIS), mas em alguns casos há recusa por parte da população em situação de rua.

    O trabalho de abordagem é realizado por equipe multiprofissional, com psicólogo e assistente social. A equipe busca entender a realidade da pessoa e faz o encaminhamento para o Núcleo de Integração Social (NIS), no Alto da Serra. Este espaço passou entre 2013 e 2014 pelo maior conjunto de obras desde a sua abertura. A área recebeu uma reforma completa, com melhorias nos dormitórios, telhado, lavanderia e pátio. Toda a infraestrutura foi recuperada e o imóvel foi pintado. No local, hoje, estão abrigadas cerca de 50 pessoas.

    A Setrac também mantém o Centro Pop, na Rua Floriano Peixoto, inaugurado pela Prefeitura em 2015. No local, as pessoas em situação de rua podem encontrar acolhimento durante o dia, além de atendimento social e psicológico. O Centro Pop também oferece à população em situação de rua área para banho, espaço para convivência, sala para leitura, atividades pedagógicas e palestras. Quando necessário, as pessoas atendidas no Centro Pop são encaminhadas ao Núcleo de Integração Social (NIS), no Alto da Serra, onde podem passar a noite.

    A Setrac esclarece também que algumas das pessoas em situação de rua em Petrópolis recusam o abrigo. Há, ainda, moradores de outras cidades. Nesse caso, a Setrac busca o contato com as Prefeituras dos municípios de origem, para que façam trabalho de restabelecimento de vínculo junto às famílias.

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