• Paulo Figueiredo – Advogado e jornalista

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  • 12/07/2016 12:00

    É impressionante como Cunha, Lula e Dilma se parecem. Todos juram inocência. Nenhuma acusação contra eles é verdadeira e tudo não passa de um golpe político para apeá-los de suas funções e do poder.

    Há muitos pontos de identidade entre a carta de renúncia de Cunha e a carta de defesa de Dilma. Ambos reclamam de seus inimigos e proclamam virtudes que não possuem.

    Dilma entregou a Fábio Cleto, afilhado de Cunha, a vice-presidência da Caixa Econômica Federal, que administra os recursos do Fundo de Garantia dos trabalhadores. E Cleto confessou que meteu a mão numa dinheirama fantástica, dividindo-a, milhão a milhão, com Cunha, que monitorava diariamente o butim. 

    Incrível é que ele e seu padrinho não foram sequer questionados pela presidente sobre as razões de tanto interesse em abocanhar o cargo. Nestas horas, a “gerentona” sempre falha ou faz ouvidos de mercador.

    Fábio Cleto somente foi demitido após Cunha ter admitido o processo de impeachment na Câmara. Antes, ou mesmo na véspera, os homens do governo e a presidente ainda investiam num acordo com Cunha. 

    O impeachment, ao contrário do que pretendem os lulopetistas, em momento algum foi uma manobra orquestrada por Cunha, assim como Cunha jamais será reconhecido como o artífice da iniciativa, como tentou fazer crer em suas declarações de despedida da presidência da Câmara. A história reservará aos dois o lugar que merecem.

    Dilma, além de incompetente, perdeu a aura de honesta, uma vez que em torno de seu nome gravitam atos e fatos delituosos. Quem não lembra de Erenice Guerra, sua substituta na Casa Civil da Presidência, indicada pela própria Dilma. E Valter Luiz Cardeal de Souza, amigo íntimo, olhos e ouvidos da presidente desde os tempos em que foi secretária de Energia no Rio Grande do Sul. Anda atolado nos escândalos de corrupção do projeto bilionário da Usina Nuclear Angra 3 e outros do setor. Mostra-se emblemático o caso de Pasadena, verificado quando de sua gestão no Conselho de Administração da Petrobras. Aval izou a operação, com base em informações detalhadas que lhe foram passadas por seu então amigo Nestor Cerveró. Também evidencia-se o comportamento desonesto da presidente, quando insiste na mentira, mitômona fundamental, a tal ponto que ninguém aposta mais um tostão de mel coado no que diz ou declara.

    Cunha é a expressão do crime e ostenta uma biografia que exala fetidez. As várias ações penais e representações ajuizadas contra sua pessoa perante o Supremo Tribunal Federal dão a dimensão dos ilícitos penais que cometeu.

    E o que dizer de Lula da Silva? Ele, como nunca viu nada, nunca soube de nada e nunca fez nada, também não tem nada. Não é dele o sítio de Atibaia e o apartamento do Guarujá, embora tudo sinalize em contrário, como revelam os dirigentes das empresas que têm a propriedade formal dos bens ou que realizaram obras nos imóveis. Seus filhos, com vida antes modestíssima, fizeram fortunas da noite para o dia, como gênios do empreendedorismo, com surpreendentes associações empresariais e negócios nebulosos.

    Enquanto pleiteia a suspeição do juiz Sérgio Moro, temeroso diante de uma sentença condenatória, corre para Brasília, na tentativa de salvar o mandato de sua pupila. Oferece o PT como moeda de troca a senadores interessados nas próximas eleições municipais, contanto que votem contra o impeachment da presidente afastada.

    É o velho e malandro Lula de sempre.

    paulofigueiredo@uol.com.br

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