• Pacote de maldades

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  • 22/11/2016 12:00

    Assistimos esta semana a uma entrevista com o deputado Jorge Picciani, presidente da Alerj, na qual ele afirma categoricamente que "o pacote de austeridade proposto pelo governo do estado é necessário e que não tem outro caminho para conter a crise". Isto seria a expressão da verdade, se este discurso não fosse medíocre. Tomemos, como exemplo, o desconto previdenciário maior e a alíquota extraordinária para aposentados: isto é de uma maldade ímpar. Penso que já há um imenso equívoco em descontar-se qualquer percentual nas aposentadorias em benefício da previdência, quanto mais ainda aumentar este teto e impor mais uma penalidade àqueles que após muitos e muitos anos de trabalho, chegam a um momento na vida onde deveriam, sem qualquer perturbação, usufruir um merecido descanso, livres de preocupações de apertar ainda mais seu orçamento doméstico, (note-se que para uma grande maioria, ainda incidem os descontos dos consignados). 

    Outra maldade: reajuste de tarifa e teto para subsídio do Bilhete Único;  sacrificando ainda mais a indústria e o comércio, o estado não diminui as suas despesas, porque se dará um reflexo na arrecadação e portanto, também entendo, não ser uma medida adequada.

    Fim da gratuidade na barca, para moradores de Ilha Grande e Paquetá: a economia é pouca, um valor insignificante e não passa de mais uma maldade.

    Municipalização do Restaurante Popular – a grande pergunta é: quanto o estado vai economizar com esta medida, já que, segundo a posição do estado é “municipaliza ou autoriza as empresas que administram, a cobrarem mais pelas refeições” e que, de acordo com o que eles pensam,  é melhor do que fechar, alegando que não é possível manter uma coisa que ele não pode pagar.  Inacreditável o estado afirmar que não pode subsidiar o restaurante popular, quando paga despesas de almoços, jantares, banquetes, festas de seus secretários, além de carros, gasolina, despesas telefônicas, dentre outras despesas …triste e lamentável.

    Fim do Aluguel Social: o estado agora entende que tem que ser bancado pelo governo federal porque essa é uma função nacional do Ministério das Cidades. Quando houve crescimento econômico, o (ex-governador) Sérgio Cabral deu (o Aluguel Social). O governo tinha dinheiro e quis agradar o governo federal, mas como Cabral de forma irresponsável e mais uma vez se mostrando um gestor inconsequente, não preparou uma porta de saída para o programa, agora o estado quer livrar-se do problema, por ele mesmo criado, transferindo responsabilidades a terceiros. 

    Fim do Renda Melhor: Um programa eleitoreiro, criado por Cabral, e também sem porta de saída; como ficarão milhares de famílias que dependem deste programa? Irresponsabilidade, inconsequência e má gestão.

    Mais impostos para a energia, teles, cerveja e cigarro: não é bom aumentar impostos da energia porque impacta o consumidor e, por consequência, impacta a indústria, o comércio e os serviços; já temos uma carga tributária das mais altas do mundo, mas a sanha arrecadadora do governo não enxerga limites, penaliza o tempo todo, sem medir reflexos e consequências.

    Não foi um pacote inteligente, aliás, a bem da verdade, foi um pacote estúpido, eivado de maldades, sem falar no mais importante que é inconstitucional em alguns itens, como a redução dos salários, por exemplo, e vou além,  porque não foca na contenção necessária de gastos diretos do governo, apenas penaliza os que já vem de há muito sendo penalizados, e notem que apenas pincei alguns pontos do pacote para mostrá-lo em alguns de seus pecados. Ele é muito mais abrangente e maldoso, mas já dá para ficar patenteada a impropriedade do mesmo.

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