• O usual confronto: da vida e da morte

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  • 08/07/2016 10:00

    Sim, quantas vezes, vemos, através de notícias diárias, coisas belas e atuantes, e retratos físicos das vidas sofridas dos seres em atribulações maiores e frequentes.

    Diariamente, nos defrontamos com tantas inutilidades, com tamanhas discrepâncias, com situações de tristeza e abandono.

    Os vínculos carnais, as próprias atitudes do ser humano, sempre em prol de suprir, cada vez mais, suas necessidades, serão o bastante para que, habituado a prazeres e benevolências a seu próprio gozo, continue querendo assim viver e usufruir de pequenos momentos de luxúria carnal.

    Os fatos da vida, a que podemos presenciar, são as futilidades impressas no dia-a-dia, renegando, na maioria das vezes, as formas sinceras, absolutas e verdadeiras de um viver. As amostras de luxos e riquezas, os requintes, as próprias exigências em prol da beleza e das ostentações do mundo exibicionista em que vivem, são contribuições a que se lançam criaturas um pouco fúteis e que trazem suas vidas repletas de conceitos errados e ilusórios, mas que, com tudo isso que lançam, confirmam suas tendências, usurpando da sociedade as mentes que se deixam levar por ilusórias aparências, ilusórias vidas.

    Diante desse sistema de vida aparamentado, tremendamente dúbio e constrangendo as outras almas que tentam cultivar em si e nos seus semelhantes noções básicas morais e verdadeiras, vemos uma quebra de sistema de vida e de morte. Sim, pois a vida não é para ser vivida com falsas ilusões, com distribuições de imagens falsas; pois as verdades fluirão e acontecerão a qualquer momento e, diante delas, iremos chocar-nos e sofrer, para que consigamos superar as futilidades exercidas por tempos e tempos.

    A morte nos coloca em posição de ilustração do que fomos; a morte física se assemelha ao Raio x que fazemos de nosso corpo carnal, onde apenas flui e se exterioriza o real, o concreto, deixando-se antever o conteúdo e lançando fora a carne, o envoltório.

    A vida ilustra a morte em todos os aspectos. Somos espectros do que fomos, do que pretendemos ser. Somos valiosos, quando sabemos reconhecer essa valiosidade, quando a própria miséria humana traz à frente a dor, as lacunas, e nos coloca diante da realidade espiritual, a qualquer momento.

    Encontramo-nos diante da morte física com frequência, assistimos aos despreparos para esse acontecimento. O homem não pensa em deixar o corpo de carne em momento nenhum de sua vida. Ele se distancia tanto disto, que se esquece de que seu tempo é limitado; deixa sempre, para o amanhã, o que quer, distendendo-se no tempo e através de um espaço que, para ele, terá o seu limite próprio e não o delineado por Deus.

    Aquilo, que se projeta a nós, em oferta como uma vida e uma morte, é simplesmente traduzível como o ser humano quer que seja, ou melhor: a vida bela, desfrutada para gozos e prazeres, acomodações físicas e materiais, ostentações, opulências; o resto, para o ser humano, não é vida, é miséria, é não viver, somente vegetar (ilustração da palavra dada por mentes encarnadas).

    Muitos vivem em precárias condições e se sentem felizes descobrindo, nessa simplicidade, nesse despojamento, uma felicidade acima dos prazeres mundanos da vida.

    Não necessitamos de ouros, jóias e modismos para ser felizes, pois a felicidade da vida está nas pequenas coisas, nos pequenos momentos, nas estreitas relações entre as almas, nas felicidades trocadas e sentidas.

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