• O sonho de ser profissional nos E-Sports pode se tornar realidade em Petrópolis

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  • 18/11/2019 15:00

    Se você tem 15 anos, já parou para pensar em se tornar um jogador profissional de E-Sports? A brincadeira que virou coisa séria é uma tendência mundial entre os jovens, que conseguem unir o prazer e ganhar dinheiro em disputas virtuais emocionantes. Para alcançar o estrelato, porém, é preciso lapidar seu talento com ciência e tecnologia. Pois bem, Petrópolis terá a sua primeira academia de formação de craques nos jogos eletrônicos a partir do mês que vem.

    O crescimento vertiginoso do E-Sports tem trazido uma capitalização da modalidade que rende milhões de dólares. Uma equipe, por exemplo, chega a faturar muito dinheiro ao longo da temporada, isso antes mesmo de completar 18 anos. Para se ter uma ideia, ela foi capaz de livrar um brasileiro da perversa Reforma da Previdência, como é o caso do petropolitano Léo Zigueira, que aos 28 anos, anunciou este ano a sua aposentadoria após anos de sucesso e títulos internacionais, como o Mundial de Games 2018 pela Team Liquid.

    O sonho do estrelato no E-Sports tem alimentado o desejo de expansão das grandes corporações e institutos de alta tecnologia, cujo mercado tem sido disputado por multinacionais, interessados em divulgar seus produtos e investir cada vez mais em jogadores talentosos. No Brasil, se comparado a países como os Estados Unidos, Inglaterra e Índia, por exemplo, o mercado ainda segue a direção para cima, uma oportunidade imperdível para quem quer casar o binômio prazer mais renda financeira. É pensando nisso que três profissionais da área de tecnologia de Petrópolis resolveram apostar na criação de uma escola voltada para formar craques de jogos virtuais em três modalidades básicas: low, Rainbow Six e CS-Go.

    Este ano, nasceu a ideia de se criar a Good Gamers, que utilizará de recursos da alta tecnologia com as humanas para transformar jovens em excelentes jogadores, além é claro dar a estes a chance de se tornar, quem sabe, um milionário no mundo virtual. Diretor da Code Buddy – um colégio com proposta de educação inovadora –, Vinícius Verly, observou uma bela oportunidade de se criar algo diferente em Petrópolis, aproveitando a onda dos E-Sports para desenvolver um projeto nos moldes dos grandes centros internacionais formadores para dar ao município o status de potência formadora de jogadores no estado do Rio.

    A Good Games vai funcionar no interior da Code Buddy e obras no local estão em fase de conclusão. No amplo espaço, haverá mais de 10 computadores de última geração, com profissionais entendidos de E-Sports dando todo o auxílio para esses futuros craques. Além disso, a metodologia a ser usada inclui obrigatoriamente a atividade física e psicólogos a disposição. O objetivo é criar as melhores condições para o indivíduo desenvolver, de forma ampla, todas as suas potencialidades para o jogo virtual. O lançamento oficial do novo local será em dezembro, sem uma data definida. 

    “No Brasil, os E-Sports cresceram 20 por cento e neste ano segue aumentando. A proposta da Good Games é proporcionar ao nosso jogador um tratamento semelhante ao atleta de futebol, com um trabalho multidisciplinar. É uma proposta inovadora, com gerenciamento de carreira para potenciais talentos, tudo voltado para o alto rendimento”, disse Verly, CEO da Good Games, que fez parceria com os desenvolvedores Fernando Rabaina e Gabriel Gehren, jovens apaixonados por E-Sports que vão coordenar todo o trabalho que começará no mês que vem. 

    No amplo espaço da Good Games haverá aulas práticas e teóricas, sendo que o aluno terá, aos poucos, contato com o que há de mais moderno em termos de aplicação dos jogos virtuais. Este laboratório, aliás, terá a chance de formar os craques em diversos games e testá-los, em competição, já provavelmente no ano que vem. Isto porque, Vinícius Verly afirmou estar em entendimentos com a Superintendência de Esportes do município para criar a modalidade E-Games nos Jogos Estudantis (Jeup´s) em 2020. Ele participou recentemente da Conferência Municipal do Esporte e ganhou o apoio público do Superintendente, Leandro Kronemberger.

     

    “Gameficação”: essência dos jogos sem o eletrônico 

    Afinal, a educação e os games podem caminhar juntos? A resposta é sim. Quem respondeu a essa indagação foi a professora universitária, Marcilene Scantamburlo, que apesar de admitir não conhecer a essência do que é os games, aplica uma metodologia semelhante ao seu trabalho com alunos e em suas startups. Tanto é que ela explicou que a “gameficação” tem trazido ótimos resultados.

    “Sobre games eletrônicos não sei bem muito o que dizer, mas tenho algo importante a contribuir, que é a questão da gameficação. E o que é isso? É, na verdade, o uso de técnicas, características e mecânica de jogos usados para engajar, motivar e eu diria, principalmente, engajar colaboradores, alunos, enfim em projetos educacionais. Porque o jogo inspira, motiva. Essas técnicas têm sido utilizadas na educação, sobretudo nas corporativas, para os treinamentos”, explicou Marcilene, que teoriza as características dos jogos para uso de treinamento pessoal.

    A essência dos games foi levada para a sala de aulas. A experiência utilizada pela educadora não tem a haver com eletrônicos, mas o uso daquilo que chamou de gameficação tem trazido bons resultados, prendendo a atenção dos alunos numa disciplina de Adminsitração do quarto período na faculdade Fase – Sistema de Informação Aplicados no Negócio. Segundo ela, para engajar os alunos, estes desenvolvem tarefas em grupos, ganham pontos quando entregam as atividades em tempo.   

     

    Jogadores virtuais também precisam de comprometimento: conheça as responsabilidades

    Para os jogadores casuais de ligas virtuais de futebol que almejam o profissionalismo, saibam que não basta apenas ter habilidades no joystick. As responsabilidades vão muito além das aptidões técnicas. 

    Ao ser alçado ao patamar de categoria profissional de eSports, a modalidade Pro Clubs, que possibilita partidas de até 11 jogadores em cada time no jogo Fifa, da Electronic Arts, apresentou aos competidores uma nova perspectiva de conduta, postura e, sobretudo, comprometimento com o esporte – mesmo que este seja virtual: 

    Respeito acima de tudo – Todos os atletas de futebol virtual devem saber que a diversão e o respeito caminham lado a lado. Para que se tenha uma participação produtiva, é preciso compreender que a diversão é organizada e baseada em pilares fundamentais como amizade, respeito e muita dedicação. Disciplina e postura – Assim como em clube real de futebol profissional, em que os atletas possuem rotinas de trabalho específicas e horário a serem cumpridos, o mesmo ocorre dentro de uma equipe de futebol virtual. Muitos times definem rotinas de treinos táticos e técnicos que acontecem com periodicidade, que podem ser diárias. 

    Siga as orientações táticas e respeite sua posição – A partir do momento que se joga coletivamente, em uma equipe com 11 jogadores em campo, é necessário entender que existe um projeto tático e técnico, e que o mesmo deve ser respeitado. Se a sua posição designada no esquema do time é, por exemplo, a lateral-direita, é importante respeitar e não mudar de posição durante a partida. 

    Tenha paciência e evolua na modalidade – O caminho para se tornar um jogador profissional de uma liga virtual de futebol pode ser árduo. Primeiro, entender qual posição na equipe você se encaixa mais – pode ser goleiro, zagueiro, meio-campo ou ataque. Encontrar a vocação é fundamental para descobrir uma equipe que esteja disposto a contratá-la. Por isso, jogue, treine e evolua. 

    Seja um apoiador da comunidade – A responsabilidade de um jogador virtual não é apenas individual, mas também coletiva. A profissionalização passa também pela difusão de uma boa imagem da comunidade, com a atração de espectadores para prestigiar o espetáculo de duas equipes profissionais jogando futebol virtual em alto nível. A evolução da modalidade Pro Clubs, como um e-Sport, ainda vai nos trazer muitos frutos. 

        

    Veja alguns termos mais comuns usados pelo mundo do E-Sports:

    Ace: O termo se refere a quando todos os membros de uma equipe são eliminados. No jogo Counter-Strike: Global Offensive a expressão se aplica somente quando um jogador elimina todos os seus inimigos. Já no League of Legends, não necessariamente os abates são do mesmo jogador.

    AFK: “Away from keyboard”, isto é, longe do teclado. Geralmente utilizado para falar que um jogador está offline no jogo.

    APM: Abreviação para “ações por minuto”. Geralmente utilizado para fazer referência à velocidade que um jogador toma decisões numa partida.

    Ban: Banimento, nos esports pode se referir à punição de um jogador por algum comportamento ruim. Dentro do jogo geralmente se refere ao ato de banir algum personagem ou mapa, isto é, impedir que ele seja utilizado na competição.

    Buff: Refere-se à mudança favorável de um item, habilidade ou personagem de um jogo, tornando-os mais fortes e eficazes. Os buffs ocorrem nas atualizações dos jogos ou por habilidades específicas de um item ou personagem dentro de uma partida.

    Build: Agrupamento das customizações feitas para otimizar seu personagem no jogo, tais como: Habilidades, atributos e itens.

    Bootcamp: Período em que as equipes de esports treinam fora de sua região, ou seja, do país onde competem. Os bootcamps servem para que os atletas joguem contra adversários de outros lugares e em um outro servidor, buscando sempre mais experiência e conhecimento para o time.

    Calls: Chamadas da equipe dentro de um jogo, isto é, as tomadas de decisões e orientações dadas durante a partida.

    Carry: Tipo de personagem que tende a dar mais dano ao decorrer do jogo e que possui grandes vantagens em team fights, carregando muitas vezes sua equipe.

    WP: Abreviação de “well played” que significa “bem jogado”.

    *Fonte: Globoesporte.com

      

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