• O sofrimento diário de quem precisa usar a Serra Velha da Estrela

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  • 27/11/2019 17:41

    Morando há três anos no Meio da Serra, a educadora Silvia Demori, de 41 anos, já nem sabe quantos compromissos perdeu e quantas vezes chegou atrasada no trabalho devido aos constantes problemas no transporte coletivo que atendem a região por causa das crateras que existem em toda a extensão da via. Trafegar pela Estrada da Serra Velha da Estrela é como participar de um verdadeiro rally: os buracos estão por toda parte, colocando em risco motoristas e passageiros.

    “Há cerca de um mês mais ou menos, um buraco imenso dentro de uma curva, fez com que o ônibus jogasse todos os passageiros do meio para trás, no chão. Nesse dia, uma segunda-feira, por sorte eu não estava com a minha bebê de dois anos! Já cheguei por mais de uma vez com pelo menos uma hora de atraso no trabalho por conta de ônibus quebrado dentro de curva que não deixava nem carro de passeio passar”, contou Silvia. 

    Boa parte dos buracos está em curvas, fazendo com que os motoristas tenham que passar pela contramão. “São verdadeiras crateras que expõem os motoristas a verdadeiros perigos, porque você tem que ir na contramão para sair do buraco, mas fazendo isso pode dar de cara com outro veículo e não ter tempo de parar”, completou a moradora. 

    Ela também denuncia que até os transportes por aplicativo evitam quem mora na região por causa do difícil acesso. “Já fiquei debaixo de chuva na porta de um supermercado do Alto da Serra com a minha pequena e minha filha mais velha, porque quando o Uber entendeu que estava indo para o Meio da Serra, desistiu da corrida. Isso é uma prática na nossa vida! Desistimos de ir em eventos porque você pode ir para o Centro, mas não sabe se vai ter transporte para voltar”, lamentou.

    Segundo o Sindicato das Empresas de Transporte de Petrópolis (Setranpetro), somente no mês de outubro, a linha 420 – Meio da Serra perdeu 43 partidas, o que equivale a 3% das viagens programadas, por conta da péssima condição viária do trecho. Nesse mesmo período e pelo mesmo problema, a linha 453 deixou de cumprir 45 partidas, que é proporcional a 2,4% do total de viagens para todo o mês.

    Ainda de acordo com o sindicato, os problemas geram, no dia a dia da operação, desgaste dos ônibus, quebras, sobrecarga na área da manutenção e prejuízos, além de desconforto para os passageiros. O Setranspetro informou ainda que “continua realizando constantes solicitações de reparos da via aos órgãos fiscalizadores, mas até o momento a situação não foi resolvida”.

    A estrada é de responsabilidade do Departamento de Estradas de Rodagem (DER), que há anos não faz nenhum tipo de manutenção. Isso sem falar nos buracos, falta capina e iluminação na via. Em nota, o DER afirmou que está concluindo o edital de licitação para a realização do pregão eletrônico para o serviço de conservação e manutenção da estrada.

    A Prefeitura disse, em nota, vem cobrando reiteradamente que o Departamento de Estradas de Rodagem (DER) faça a manutenção de estradas sob domínio do governo do Estado em Petrópolis desde 2017. A nota diz ainda que “apenas entre maio e julho deste ano, o município protocolou quatro ofícios junto ao órgão, solicitando providências quanto às condições da Serra Velha. O último deles feito no dia 31 de julho, quando a Secretaria de Obras demonstrou, novamente, a urgência na realização desses serviços devido ao risco de acidentes.

    No ano passado, a Prefeitura chegou a executar o trabalho de manutenção viária na Serra Velha em parceria com o DER, que cedeu o material que foi aplicado pelo município. A Prefeitura cobra ainda que além de intervenções para conservação das estradas, sejam executadas também o recapeamento das pistas, melhorias de drenagem e sinalização”. 

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