• O projeto de lei dos agrotóxicos

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  • 09/07/2018 08:35

     O dinheiro ou a vida? O que vale mais?… É impressionante o que uma mente gananciosa é capaz de fazer para obter lucro, não apresenta a mínima sensibilidade diante do bem comum, nem respeita aos direitos humanos.  A cegueira da consciência é nociva, não enxerga o outro, não vê nada além de si, não tem compromisso com os princípios éticos, não estende a mão para ajudar a quem precisa. 

    Atitudes desumanas são movidas por essa ganância que não mede esforços para obter o vil metal. Acumular capital é uma obsessão para muitos que desconhecem a satisfação que há nas ações solidárias. 

    Confesso que tenho pena dos homens que só descobrem o prazer do fazer o bem quando estão diante da morte, quando não há mais chance de recomeçar. E começam a contar os dias, por estarem com os dias contados. A estes, só restam o arrependimento e a oportunidade de pedir perdão. É válido lembrar aqui versos da música “Birimbau” de Baden Powell e Vinícius de Moraes: 

    “Quem é homem de bem não trai/ O amor que lhe quer seu bem/ Quem diz muito que vai, não vai/ Assim como não vai, não vem/ Quem de dentro de si não sai/ Vai morrer sem amar ninguém/ O dinheiro de quem não dá/ É o trabalho de quem não tem.”

    A Operação Lava Jato, entre outros serviços prestados à Nação, evidenciou a insensibilidade social de vários políticos que saquearam os cofres públicos, desviaram verbas da educação, da saúde, superfaturam obras e não as concluíram. Muitos estão presos por desonestidade. Enganaram o povo sem o menor constrangimento.

    Estamos hoje sob os efeitos de outro caso preocupante: a comissão da Câmara aprovou o projeto de lei nº 6.299, de 2002, possibilitando o uso, no Brasil, de agrotóxicos proibidos em outros países. Para comprovar que isso é um retrocesso, basta dizer que a Dinamarca pretende, em 2020, daqui a dois anos, ter uma agricultura 100% orgânica. 

    Apenas 0,27% das terras brasileiras apresentam uma agricultura orgânica, segundo levantamento feito em 2016, pela Federação Internacional de Agricultura Orgânica. Ainda temos muito que avançar nesse campo…

    É válido dizer que a Dinamarca aumentou, em 200%, a exportação de produtos orgânicos, ou seja, já estão colhendo os frutos de um sistema agrícola sustentável, que procura obter alimentos saudáveis por meios de técnicas que garantem a preservação do solo e a manutenção da biodiversidade, evitando o emprego de substâncias tóxicas. Diante desse fato, saber que a Comissão da Câmara aprovou o texto-base que muda os critérios de fiscalização do uso de pesticidas no país, entristece-nos. Isso demonstra a falta de compromisso com a saúde pública e o descaso com os trabalhadores do campo.

    Hoje o Ministério da Saúde, do Meio Ambiente e da Agricultura são responsáveis pelos processos de análise e registro dos agrotóxicos no país.  Mas com as mudanças aprovadas, somente o da Agricultura ficará encarregado de fazer esse trabalho. É evidente que isso limitará os critérios de fiscalização e controle do uso de pesticidas. Mas há esperança de que esse projeto não se transforme em lei, por isso que está havendo essa mobilização para sensibilizar a sociedade e evitar que mais veneno seja colocado em nossa mesa.

    entendemos claramente a situação de determinados políticos que recebem, seja pelo caixa 1, seja pelo caixa 2, “doações de campanha”. E na troca de favores, defendem os interesses de grupos empresarias.  Mas é preciso dizer que, acima de tudo, está a vida, a soberania do país e o bem-estar do povo, por isso temos que afastar pelo voto quem lesa a Pátria.

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