• O país dos absurdos

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  • 28/12/2016 08:00

    Quais as razões para se aplicar um bom plano corretivo e de erradicação do atraso, da inépcia, da corrupção e do corporativismo em nosso país? Poderíamos começar cortando as mordomias, tais como os veículos de luxo destinados a autoridades, que poderiam ser vendidos para fazer caixa; acabar com o auxílio-moradia e cartões corporativos – um insulto à população. Baixar pela metade o número de senadores, deputados e vereadores; baixar o salário dos governadores, prefeitos, deputados, vereadores, presidente e vice-presidente em 50%; baixar em 50% o preço da gasolina; acabar com a ajuda para propaganda e ajuda financeira aos partidos; limitar a três o número de partidos. Baixar os juros e taxas bancárias, diminuir a carga tributária que é a maior do mundo e acabar com os super salários, inimaginavelmente altos e incompatíveis com a situação econômica do país. Demitir milhões de “apadrinhados”, e exigir a devolução dos salários – cinquenta por cento do total recebido ao longo de todo o tempo de “trabalho” e das “vantagens” recebidas ilegalmente. E por aí vai.

    Para se ter uma ideia do descalabro financeiro e administrativo que está nos assolando, tomemos como exemplo o Estado do Rio de Janeiro. O estado tem mais servidores inativos (246,7 mil) do que ativos (223,6 mil). Isto é absolutamente inacreditável. Como se vê, o Brasil precisa de um choque, de um corretivo severo e disciplinador.

    Seria um choque de realidade aos que nos apequenaram ao longo dos últimos 14 anos. Somos na verdade o país dos absurdos como se pode ver a seguir. Há aposentadorias de até R$ 75,5 mil no antigo Departamento Nacional de Estradas de Rodagem, e de R$ 53,4 mil na Fazenda Estadual, mostram dados da Secretaria de Planejamento do Estado do Rio de Janeiro. Entre servidores ativos, existem remunerações de R$ 48,7 mil na Defensoria Pública; de R$ 47,2 mil na Fazenda; de R$ 41,9 mil no Detran; de R$ 39 mil na Procuradoria Geral e de R$ 38,2 mil no Corpo de Bombeiros.

    Ainda no Estado do Rio de Janeiro, em setembro, o sistema de pagamento do funcionalismo registrou nada menos do que 312 tipos de vantagens, gratificações, auxílios, adicionais e abono à margem da remuneração convencional. Contam-se, por exemplo, 188 variedades de gratificações e 142 auxílios. Premia-se por “assiduidade” quem comparece ao trabalho. Gratifica-se por “produtividade”, “desempenho”, “aproveitamento”, “responsabilidade técnica”, “qualificação”,  “titulação” e “conhecimento”. Paga-se por “produção”, “resultados”, e até por “quebra de caixa” – aparentemente, quando o saldo é positivo. Tem até uma gratificação “extraordinária de Natal”. Cargos de confiança no governo, na Assembleia ou no Tribunal de Justiça têm adicionais por “anuênios”, “biênios”,“triênios” e “quinquênios” além de “verbas de representação”. Participantes de conselhos ganham “gratificação de órgão de deliberação coletiva”, “jeton” e “honorários”. Em paralelo, pagam-se adicionais por “titularidade”, por “atribuição” e até por “ocupação de cargo de difícil provimento”. Existem também “retribuições”, como a de “licenciamento de veículos” e a de ”exame de direção”. Em setembro de 2015 o Procurador da República Deltan Dallagnol, lançou a campanha “Dez medidas contra a corrupção” e declarou que “a corrupção desvia mais de R$ 200 bilhões por ano no Brasil. Isto em setembro de 2015. Nestes 14 meses de investigação esta previsão de desvio deve andar por volta de R$ 500 bilhões, e, até agora os principais corruptos – os chefes – continuam livres e negando descaradamente as provas irrefutáveis dos seus ilícitos, apurados pela operação “Lava Jato”. Até quando? Quando veremos Lula, Maluf, Dilma, Collor, Gedel Lima, Jucá, Renan Calheiros, Grace Hofmann, Pezão, Paes e centenas de milhares de outros corruptos na cadeia? O Brasil exige um basta a este lamaçal de corrupção!!

     

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