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  • 15/08/2017 12:00

    Petrópolis sempre esteve presente em minha vida, desde a infância. Meus pais adoravam subir a Serra Imperial nos finais de semana para nos hospedarmos no Hotel Quitandinha, cenário de diversos eventos interessantes. Essa maravilhosa cidade respira e inspira cultura. Sendo um berço de intelectuais desde seus primórdios, é dona de uma memória cultural invejável. Dentro deste contexto, idealizei a Festa Literária da Serra Imperial, a Flisi, que este ano chega à sua segunda edição.

    O Instituto Oldemburg de Desenvolvimento, do qual sou fundadora e presidente, em parceria com a Fundação Cesgranrio, o Museu Imperial, o Centro de Cultura Raul de Leoni e a Casa de Educação Visconde de Mauá, traz a Petrópolis eventos e personalidades da vida literária brasileira, com o objetivo de valorizar os livros como agentes primordiais do desenvolvimento cultural do nosso país. Ao mesmo tempo, uma característica da Festa Literária da Serra Imperial é justamente não se restringir ao universo das letras, mas ampliar a percepção do público para as férteis relações da Literatura com outras formas de comunicação humana, como as artes visuais, os processos educativos e o jornalismo. Este ano, o grande homenageado é Machado de Assis, fundador da Academia Brasileira de Letras, a qual comemora 120 anos de existência. Além de palestra sobre o Bruxo do Cosme Velho, será apresentada uma exposição de fotos do acervo da Biblioteca Nacional associadas à biografia do grande escritor. Também homenagearemos Antonio Callado, com a exposição Quarup, que revive o mágico romance sobre os índios do Xingu. Outro evento muito especial será o lançamento do livro do jovem austríaco Franz Frühbeck, que acompanhou a Imperatriz Leopoldina em sua viagem de navio ao Brasil e registrou cenas marcantes da nossa História. Intitulado Esboço da minha viagem ao Brasil, o livro é inédito e foi especialmente editado pelo Instituto Oldemburg para estimular nossos jovens a também querer entrar para a História, retratando suas próprias experiências de vida. Por fim, através de oficinas para crianças e adolescentes, a Flisi 2017 não poderia deixar de prestar a devida homenagem ao educador Paulo Freire, que revolucionou a pedagogia com seu método de despertar a consciência crítica dos alunos.

    Vista no seu conjunto, a Flisi 2017 é, sobretudo, um instrumento de valorização da memória cultural e histórica do país, baseada na firme convicção de que, sem uma correta visão do passado, não se pode compreender o presente, tampouco construir o futuro. Tal como aconteceu na última edição da Flisi, este ano não houve captação de qualquer patrocínio empresarial, nem de verbas governamentais. O Instituto investiu recursos próprios na realização da festa, cumprindo a lei que regula organizações não governamentais e permite o reinvestimento da receita anual somente em projetos próprios. Para o Instituto, esta é uma forma consciente e saudável de devolver à sociedade civil os benefícios dela recebidos, transformando moeda em difusão de cultura e conhecimento.

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