• O insipiente orgulho de cada um

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  • 12/03/2018 12:50

    Cada palavra tem seu peso e sua peculiaridade. Algumas são realmente pesadas e outras mais leves e suaves, não pelo seu significado, mas por sua formação sonora, como “saudade e esperança”, mas outras que, apesar de leves, se tornam pesadas para se carregar como já escrevi sobre a palavra “verdade” que, mesmo muito pura, torna-se imoral por provocar arrepios à muita gente. E falar de outras palavras seria cansativo mas tem uma que sinto até dificuldade de pronunciar (tem de fazer biquinho) apesar de seu significado profundo – “cônjuge” – eta palavra indecorosa e antipática, tão familiar nos meios jurídicos.

    Sempre impliquei com determinadas palavras e uma delas – orgulho – é extremamente pedante para mim além de pesada e irreal. A rigor, se cada um pode sentir orgulho do que é ou do que faz, torna-se um detalhe pessoal de avaliação, portanto, não se pode sentir orgulho de si próprio por ser bom profissional ou ser honesto, já que tais detalhes não podem ser vistos deste modo mas como um dever, mesmo que possam ser raros nas pessoas e nem por isto, podem se transformar em qualidades.

    Se bem que, em casos especiais, muitos sintam “orgulho” de terceiros, como de seu time de futebol, a mãe por seu filho ou um filho por seu pai, mas são casos esporádicos e diferentes e por isto friso no cabeçalho, embora tais orgulhos sejam mais emocionais que de valores intrínsecos – e em tudo, sempre há exceções. Outro detalhe desta palavra é que lembra outra pior, “gorgulho”, que vem a ser um inseto nocivo igual ao caruncho e, dentro da minha visão pode-se chegar a um denominador confuso. Se pesquisar-se a procura de rimas será catastrófico: embrulho, entulho, bagulho – cruzes!

    Assim, uma palavra bastante pesada, esnobe e arrogante pela sua estrutura fonética. Além dela ser auto imputável, subliminarmente, de uma qualidade que cada um se acha no direito de usufruir, se compararmos com o comportamento de inúmeras pessoas que chegam ao paroxismo do ridículo de ter “orgulho” próprio disto ou daquilo.

    Obviamente, falo por mim e externo minha avaliação de tais detalhes, já que não sou especialista em nada – nem em psicologia, nem em filosofia e, muito menos em filologia – mas sei que sou um bom observador do comportamento das pessoas e das mazelas da vida, de um modo geral. E da “verdade ao orgulho” sinto muitas vibrações negativas, como se possuísse a “terceira visão” de Lobsang Rampa. Concluindo – se consultarem o real sentido da palavra vão encontrar, entre outras, a semilaridade de sentido com a repugnante “soberba” – jrobertogullino@gmail.com

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