• O desafio habitacional de Petrópolis

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  • 17/12/2019 09:00

    É muito comum nós vermos uma procura incessante por casas em Petrópolis. Pessoas de vários lugares do Brasil, seguindo a tradição que vem do período Imperial, observam a nossa cidade como uma cidade propícia para as suas casas de temporada. Mas, por mais que exista esta busca, vivemos em um paradoxo, onde a questão da habitação, por muito, não é considerada pelos gestores do município.

    Nos últimos anos, pouco foi feito pelas pessoas que moram em situação irregular, em zonas de risco. Moradores em situação de rua se tornaram comuns em nosso cotidiano. Basta caminhar pelo centro da cidade que você perceberá, o número de pessoas nesta situação parece que não para de crescer.

    O direito a moradia é um valor que parece ser esquecido em nosso município. Um absurdo completo, considerando que a nossa cidade já sofreu, e muito, com desastres naturais, impulsionados pela falta de planejamento urbano. Novamente devo citar, que nunca há diálogo sobre prevenção, são raras as oportunidades de dialogarmos nas ações necessárias para melhorarmos as condições de vida na cidade.

    Não temos um gestor que faça e atue em prol da população. Novamente, a questão habitacional se torna algo desnecessário para aqueles que estão no poder. Enquanto isso, vemos o crescimento de construções em áreas irregulares, vemos a expansão da nossa cidade sendo feita sem compromisso com o desenvolvimento inteligente e dando segurança para a população.

    Não podemos desconsiderar que qualquer planejamento sério do desenvolvimento urbano deve levar em conta aspectos importantes: Cultura, desenvolvimento comercial, transporte e vias, educação e saúde. – Oras, se o município teve um aumento populacional, segundo dados do IBGE cidades, será que os serviços públicos nos bairros tiveram um desenvolvimento proporcional? 

    Acredito que muito pouco é falado da condição de vida dos nossos cidadãos! Em muitos casos, a perspectiva que temos de nós mesmos não é a realidade quando analisamos os dados. O nosso Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) é um exemplo real desta questão. Somos a décima primeira cidade neste ranking. Estamos atrás de Iguaba Grande, Macaé, Volta Redonda e outros municípios, ao mesmo tempo em que temos todas as condições para chegar ao nível de cidades como Niterói, que lidera no desenvolvimento humano do Estado.

    Agora, por qual razão não nos comprometemos em mudar essa realidade? Precisamos de ações contundentes e inteligentes do poder público para podermos proporcionarmos uma real evolução da estrutura e capacidade que temos como cidade. Não adianta apenas dialogarmos sobre questões subjetivas, é necessário atuar diretamente no déficit habitacional e nas construções irregulares. Precisamos construir toda a estrutura urbana necessária, desde os investimentos em saneamento básico até serviços como educação, saúde e transporte.

    Os petropolitanos anseiam, e sempre desejaram, viver em uma cidade que seja calorosa e aconchegante. Não um município que o crescimento desordenado possa interferir na qualidade de vida da população. Principalmente daqueles que vivem em bairros afastados e nos distritos.

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