• O desafio da mobilidade urbana

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  • 10/04/2018 12:00

    Petrópolis hoje enfrenta um problema comum a outras cidades do Brasil, assim como de outros países, que é a falta de mobilidade urbana, isto é, um conjunto de condições para o que indivíduo circule livremente, com eficiência e dignidade e que deve ser garantido pelo poder público. E aí dá-se em imbróglio que se constitui em desafio para os gestores públicos e dor de cabeça para os indivíduos. Petrópolis tem uma topografia difícil, com uma extensão territorial considerável, e, a cada dia, novos empreendimentos imobiliários surgem. A região dos Distritos é exemplo disso e nos faz pensar em como circularemos por nossa cidade, sem ficar horas presos no trânsito, cada vez mais caótico. 

    O aumento da população gera a necessidade de ampliação das ofertas de moradia, mas também implica em planejamento para a prestação continuada de serviços. No caso em comento, o nosso ir e vir diário está se tornando um grande problema. O inchaço no trânsito é resultado de uma série de variáveis que incluem crescente número de veículos, péssima qualidade no transporte público, poucas rotas alternativas.

     Além disso, incentivos a meios de transporte como as bicicletas, além de contribuir para essa questão, ajudam a reduzir a emissão de poluentes na atmosfera e melhorar a qualidade de vida no meio urbano. Por isso, a construção de ciclofaixas ou ciclovias surge como uma saída viável e inteligente. Somam também fatores culturais que fazem um individuo utilizar o carro sozinho sem ao menos pensar em caronas compartilhadas. 

    Mas, como a mobilidade urbana é assunto estatal, existindo inclusive para a sua regulação a Política Nacional, Lei Federal nº 12.587/2012, é necessário que o poder público local chame para si essa responsabilidade, com a máxima prioridade, evitando os já constantes engarrafamentos no trânsito, lentidão, estresse e outros elementos que até um certo tempo atrás não faziam parte da rotina petropolitana. Nossa cidade precisa adotar um modelo o quanto antes, e esperamos o plano municipal de mobilidade urbana, ainda não apresentado, seja reflexo da nossa realidade e das mudanças que necessitamos. 

    O prazo para a sua conclusão é abril de 2019, e espera-se que os recursos federais advindos possibilitem a realização das ações e das obras planejadas. Nesse tocante, quero ressaltar que no meu ponto de vista a melhoria nas nossas condições de deslocamento, não passam apenas por uma reorganização no trânsito, essencial não resta dúvida, mas pelo incentivo do uso de transporte coletivo. Isso sim, mudará e muito a nossa qualidade de vida. O uso do transporte público deve ser pensado como a alternativa mais eficaz e econômica para o poder público.

     Quanto mais as pessoas utilizarem os coletivos, menos carros nas ruas. Mas é preciso que se ofereça a população um serviço decente. A qualidade do transporte é fundamental. É desrespeitoso que um trabalhador fique aguardando um ônibus ao final de uma jornada de 8 horas, sem que os horários sejam respeitados, lotado e ainda por cima quebrando no meio do trajeto. Reiterando, a principal mudança no trânsito passa por um transporte público com máxima regulação e fiscalização do poder público, tornando-o mais eficiente e digno para todos os cidadãos.


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