• O Antes e o Após

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  • 03/06/2020 12:00

    Sexta-feira, dia treze de março, foi o último dia em que vimos a luz do sol em plena rua, ainda podendo cumprimentar amigos e abraçá-los. Logo após, 

    não nos foi mais permitido ter acesso às ruas, às avenidas e parques, além de demais ambientes. 
    Assim é que o total confinamento no interior de nossos lares fez com que nos obrigássemos a compreender o que realmente se passava do lado de fora, nas calçadas, nas lojas, nos supermercados, enfim vivendo todo esse transe como tantas outras pessoas, influenciadas pelas redes de televisão e meios virtuais, eis que os assuntos veiculados não deixavam de ser e continuam sendo o Covid-19.
    Mas se isso não chegasse para elevar nosso nível de preocupação, a fome, a doença, o desemprego e as empresas a fecharem as portas, tudo em consequência dessa terrível peste, aliando-se a tudo isso – se é que não bastasse –  a politicagem da  mais vil e podre que pudemos assistir numa ocasião totalmente incompatível para discussões de tal natureza.
    Triste mesmo este nosso país mergulhado na infelicidade de milhares que perderam entes queridos e tantos outros contaminados com a peste invisível, obrigados, ou melhor, coagidos a assistirem notícias as mais desencontradas contribuindo para que os cognominados grupos de risco permanecessem inquietos em razão da ausência de rumos a serem seguidos, até porque a imaginação e a preocupação já a prevalecerem sobre a razão.

    Mas voltando à politicagem, não se satisfizeram muitos dos senhores políticos para escolherem um momento como o que estamos atravessando para se ofenderem mutuamente e quase conduzindo a nação a uma quebra do Estado Democrático de Direito.

    Julgo, assim, no meu modesto entendimento, que tudo que vem ocorrendo, é lastreado na contramão de direção e distante de objetivos primordiais a serem alcançados.

    Aqueles que se foram deixaram saudades aos familiares e amigos; os acometidos com a peste, na expectativa de conseguirem sobreviver; que palavras a lhes dirigir a não serem de alento e de esperança na fé do Ser Maior!

    Relate-se quanto à extrema dedicação de médicos, enfermeiros e todos aqueles que dão suas vidas em favor de seus próximos.

    É  verdade que em nenhum momento veio à minha mente qualquer sentimento de incompreensão, revolta ou de descrença da ausência do Pai Maior, Deus. É certo que Ele sempre sabe o que faz.

    Maus, também são aqueles que contribuem para impedir a erradicação da doença em detrimento do sacrifício e da perda de vidas de muitos, almejando cada vez mais o dinheiro a custa do sofrimento alheio.

    Um triste transe atravessado pela humanidade e pelo nosso país mergulhado numa “guerra” sem fim entre políticos insensíveis e inescrupulosos.

    Desejarem maus brasileiros, neste ensejo de sofrimento, destruir o que alcançamos a duras penas, mediante a convivência pacífica entre as pessoas e somente almejando o poder como meta, tenho certeza que estão a praticar um crime que nunca será esquecido e os nomes que protagonizaram esse escândalo completamente fora de propósito, incompatível para discussões do nível que estamos assistindo, jamais serão olvidados.

    As urnas dirão, certamente, quanto aos acertos e desacertos praticados, reconhecendo os dignos, os corretos e patriotas, como também aqueles que pretenderam vilipendiar o regime democrático num momento em que a saúde e a vida devem prevalecer sobre qualquer outro tema.

    Talvez até aqueles que pouco enxergam o que vem se dando numa ocasião em que a saúde e a vida são corroídas por um “vírus” pior e mais violento do que o da própria peste, chegarão à conclusão dos tremendos equívocos e descalabros praticados, certamente incorrigíveis, lamentavelmente. 

    José A. B. de Guedes Vaz

    Advogado

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