• Nova técnica pode aumentar chances de sucesso em transplante de medula

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  • 15/05/2016 06:00

    Quem é amigo ou parente de alguém diagnosticado com leucemia sabe o quanto a doença é letal e o quanto é difícil encontrar doadores de medula óssea para casos mais graves. Em todo o país, há mais de 3,7 milhões de doadores, o que faz do Brasil o terceiro maior banco de medula do mundo, ficando atrás apenas da Alemanha, que tem cerca de 6,2 milhões de doadores, e dos Estados Unidos, que lideram o ranking com 7,9 milhões. Apesar de o número parecer expressivo para muita gente, quem tem leucemia sabe que as chances de encontrar um doador totalmente compatível para que o transplante dê certo é de um para cem mil. 

    Atualmente, quando um paciente é diagnosticado com leucemia e precisa de um transplante, o primeiro passo é buscar um doador na própria família, porque entre os irmãos de mesmo pai e mesma mãe a chance do doador ter compatibilidade total é de 25%. Caso esse doador não seja identificado, os médicos recorrem ao Registro Nacional de Doadores Voluntários de Medula óssea (Redome). Através desse banco, que é conectado a outros do mundo inteiro, há 64% de chances de encontrar uma medula totalmente compatível. Porém, depende do estado de saúde do paciente. E nessa situação, o tempo de busca por um doador é muito importante, mas pode ser longo demais. Em muitos casos, a busca pode ser fatal. 

    Diante da situação, para os casos de problemas na hora de encontrar um doador 100% compatível, tendo em vista que o tempo é precioso para os pacientes, os médicos  têm utilizado uma nova técnica de transplante, que permite fazer o transplante com o doador da família que tenha 50% de compatibilidade, geralmente pais ou filhos do paciente. Esse tipo de transplante é denominado haploidêntico, e utiliza uma técnica que o organismo do paciente oncológico é preparado para que receba tal material. Esse preparo é feito por meio de medicações quimioterápicas e radioterápicas, que diminuem as chances de rejeição. 

    De acordo com Aline Miranda, hematologista e coordenadora do Centro de Transplante de Medula Óssea de um hospital de São Paulo, embora os médicos utilizem muitos medicamentos diferentes, a técnica para esse tipo de transplante onde a medula é parcialmente compatível para aquela que a medula é totalmente compatível não é a mesma, e há diferenças também na recuperação do paciente. “De um modo geral, o paciente é internado alguns dias antes do procedimento, para fazer a rádio e a quimioterapia, que têm como objetivo zerar o sistema imunológico para o recebimento dessa medula nova”. A médica explicou que as células da medula do doador são administradas no paciente por meio de cateter inserido numa veia, em procedimento parecido com a transfusão. A recuperação pode levar até um mês. Já nos casos de transplante comum, com medula totalmente compatível, não é preciso esse tipo de tratamento anterior. 

    Em todo o país, segundo o Ministério da Saúde, há 70 centros de transplante de medula óssea. Deste total, apenas 30 realizam transplantes com doadores não aparentados, ou seja, que não sejam da mesma família. 

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