Zé Celso: TV Globo mostra imagens do incêndio e fumaça ao atingir corredor do prédio do diretor
“A última imagem dele pegando fogo e eu apagando com a mão”, declarou Marcelo Drummond, viúvo e marido do diretor teatral José Celso Martinez Corrêa, em entrevista ao Fantástico neste domingo, 9. Durante a conversa, Marcelo contou como foram os últimos momentos ao lado de Zé Celso, morto aos 86 anos devido às queimaduras provocadas por um incêndio que atingiu o apartamento do casal na última terça-feira, 4.
As imagens das câmeras de segurança do prédio de Zé Celso, divulgadas pela TV Globo, mostram o instante em que a fumaça toma conta do corredor da casa do dramaturgo, no sexto andar. “Eu acordei com uma explosão, uma barulho enorme”, diz Marcelo. “Saí correndo e vi que estava tudo enfumaçado. Fui para a cozinha para ver [o que estava acontecendo]”, explica ao pensar que alguém devia ter esquecido uma panela no fogão.
As gravações ainda mostram a diarista que trabalhava na casa de Zé Celso, Lurdinha, tentando ajudar. Ela estava no apartamento das irmãs do diretor, que moram no quinto andar, quando viu a fumaça. “Ela me acordou, eu sentei na escada e falei: ‘alguém tem que tirar o Zé’ […] Colocaram ele no corredor e eu deitei do lado dele, segurei nas duas mãos dele e falei ‘Eu estou aqui com você'”.
Victor Rosa, um dos atores que morava no apartamento junto com Zé Celso e Marcelo, conta que acordou com o dramaturgo pedindo socorro. Ele comenta que ao chegar no quarto de Zé Celso, ele já estava em pé com o andador, mas ao tentar ajudar, queimou as mãos.
Com a chegada dos Bombeiros, Zé Celso foi encaminhado às pressas para a ambulância que aguardava no térreo. A médica, Débora Tavares Andrade, aguardava no local. Segundo ela, o diretor falou que estava com muita dor e falta de ar. Zé Celso estava com os membros inferiores, superiores e cabeça queimados.
De acordo com o laudo pericial feito pelo Instituto de Criminalística de São Paulo, o incêndio teria sido provocado por um problema no aquecedor elétrico instalado na casa do artista. O documento, obtido pelo Estadão, foi recebido nesta quinta-feira, 6, pelo 36.º Distrito Policial (Vila Mariana), que investiga o caso.
“O incêndio teria se iniciado no quarto de José Celso, provavelmente em razão de um aquecedor elétrico, o qual acreditam que tenha sido atingido por alguma peça de roupa, pois fato semelhante aconteceu há algum tempo, cerca de dois ou três anos, mas na época o fogo foi contido logo de início”, aponta trecho do laudo.