Wesak: passado e presente unidos
No último dia 10, lua cheia (entrada) de maio, foi o dia do Wesak. Comemorado em todo o mundo ele trás para o presente a lembrança do nascimento, iluminação e passamento de Buda. Este artigo tem cunho puramente histórico, pois, entendemos que o melhor caminho espiritual ou religião, conforme cada um quiser nomear, é aquele que cada pessoa escolhe por mais se sentir bem. Buda (que significa "desperto") é um título dado na filosofia budista àqueles que despertaram plenamente para a verdadeira natureza dos fenômenos e se puseram a divulgar tal descoberta aos demais seres.
Tornando-se consciente dessas características da realidade, seria possível viver de maneira plena, livre dos condicionamentos mentais que causam a insatisfação, o descontentamento e o sofrimento. Do ponto de vista da doutrina budista clássica, a palavra "buda" denota não apenas um mestre religioso que viveu em uma época em particular, mas toda uma categoria de seres iluminados que alcançaram tal realização espiritual. Atualmente, as referências ao Buda referem-se em geral a Siddhartha Gautama, mestre religioso e fundador do budismo no século VI antes de Cristo. Conta a história que ele atingiu a iluminação durante uma meditação sob a árvore Bodhi, quando mudou seu nome para Buda, que quer dizer "desperto". Existe uma passagem nas escrituras, na qual o Buda nega ser alguma forma de ser especial, mas esclarece: "Brâmane, assim como uma flor de lótus azul, vermelha ou branca nasce nas águas, cresce e se mantém sobre as águas intocada por elas; eu também, que nasci no mundo e nele cresci, transcendi o mundo e vivo intocado por este. Lembre-se de mim como aquele que é desperto”.
Com isso, ele rejeitava qualquer possibilidade de ser tomado como um deus, mas reafirmava a característica transcendente da sua vivência espiritual e do caminho de libertação que oferecia para os demais seres. Nesse sentido, o Buda exerceu um papel importante de democratização da religião. Cada ano, mais e mais pessoas estão reconhecendo a importância de festas espirituais como constituintes de um fluxo unido de energias que afetam a consciência humana.
A Páscoa, ou o Festival do Cristo Ressuscitado, é seguido do Festival da Lua Cheia do Wesak, ou Festival de Buda. Ambos se fundem com a energia da inteligência da raça humana. Durante este período de Lua Cheia de maio, a atenção se centra sobre Wesak, ou Festival de Buda. Falando simbolicamente, e recordando que os símbolos sempre velam uma verdade, poderia afirmar-se que na época da Lua Cheia, é como se subitamente, se abrisse de par em par uma porta que em outros momentos permanecesse fechada. Através dessa porta os aspirantes e discípulos podem contatar energias que, de outra forma, não estariam facilmente acessíveis.
O Festival de Wesak é um Festival de Lua Cheia universal, ou planetário, para pessoas de todas as crenças. É um elevado ponto de inspiração para o trabalho do ano que vem. Todos podem participar na meditação e no esforço por expressar uma irmandade prática como forma de vida. O valor de semelhante serviço grupal unido, no alinhamento com o Cristo e o Buda e as Forças de Iluminação, é óbvio e inspirador. Em função disto, algumas observações: olhe para o céu (mesmo nublado) pelo menos oito vezes ao dia e não só quando marcar um gol; pense sempre positivamente; agradeça a sua existência; ame os seus semelhantes e os bichos, pois todos temos a mesma origem; acenda sua luz interior; tenha um caminho espiritual, pois a qualquer momento você pode precisar dele; mantenha um diálogo com o seu cérebro, pois ele pode te curar de muitos problemas; não tenha ambições materiais e sim espirituais; e, assim, seja alegre e feliz.
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