‘Vou usar minha voz para que dopados desapareçam da piscina’, diz Bruno Fratus
Bruno Fratus, um dos principais nadadores brasileiros na atualidade e classificado para a Olimpíada de Tóquio, criticou a frequência com que aparecem casos de doping na natação do País. Na seletiva para os Jogos realizada na última semana, no Parque Aquático Maria Lenk, no Rio de Janeiro, o atleta André Calvelo, de 20 anos, teve um exame positivo no antidoping após vencer a prova dos 100 metros livres e alcançar o índice olímpico.
Os resultados de Calvelo foram suspensos temporariamente e, por enquanto, ele está fora da Olimpíada. O caso ainda deve prosseguir na Justiça Desportiva.
“Eu me sinto prejudicado indiretamente. Eu me sinto prejudicado quando vejo o que aconteceu com o Gabriel (Santos) essa semana, era um cara que poderia ter nadado a final e precisou passar por um processo de decepção, sair da prova e mudou tudo, teve doping, agora tem que voltar e nada. Me sinto prejudicado quando o atleta é condenado, cumpre a suspensão, mas depois está contratado num clube e está contratado competindo em outra seletiva, atletas condenados por doping citados na mídia, concorrendo a patrocínio junto comigo”, afirmou Fratus em entrevista coletiva.
Nos últimos anos, diversos atletas importantes da natação brasileira foram pegos no antidoping como Etiene Medeiros, João Gomes Júnior, Cesar Cielo, Nicholas Santos e o próprio Gabriel Santos. Eles voltaram a competir após cumprirem o andamento dos casos, mas, segundo Fratus, a grande incidência ainda prejudica a imagem do Brasil no esporte.
“Não sou juiz nem pretendo, mas vou usar minha voz para que atletas condenados por doping desapareçam da borda a piscina, idealmente, para sempre”, disse Fratus em postagem nas redes sociais na última sexta-feira.
No total, o Brasil já garantiu 18 nadadores na equipe que disputará a Olimpíada. Duas equipes de revezamento ainda esperam a definição do ranking, no 4×100 metros medley misto e no 4×100 metros livre feminino – é provável que ambas consigam as vagas.