• Volta às aulas: plano de retomada ainda não foi divulgado pela Prefeitura. Pais planejam carreata para este fim de semana

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  • 26/01/2021 11:11
    Por Janaina do Carmo

    Faltando menos de 10 dias para o início do ano letivo, a Prefeitura de Petrópolis ainda não definiu como será a volta às aulas, se os alunos permanecem com o ensino remoto ou se será autorizado a presença dos estudantes nas salas de aula. A rede particular se diz preparada para receber os alunos de forma presencial e também de maneira híbrida (com aulas online e nas unidades). O Sindicato Estadual dos Profissionais da Educação do Rio de Janeiro (Sepe) é contra o retorno sem que haja vacinação. Já os pais querem um plano de retomada seguro.

    “A reivindicação é para que o executivo realize o plano de retomada, seguro e factível, o mais rápido possível, tanto para as escolas particulares quanto para as municipais e estaduais. Existem planos de retomada feitos no ano passado e até o momento não saíram do papel”, disse Alexandre Pinheiro, pai de dois alunos que estudam na rede particular.

    Para pressionar o governo municipal a apresentar o plano, um grupo de 250 pais e mães de alunos, tanto da rede pública quanto particular, está se reunindo para uma carreata no sábado (30), às 10h, saindo da Avenida Ipiranga, no Centro. “Desejamos que o retorno aconteça o mais rápido possível, dentro das normas e protocolos de segurança, obedecendo a um plano e dando liberdade às famílias de tomarem as decisões sobre seus filhos. Entendemos as preocupações de professores e demais profissionais envolvidos, mas já existem evidências científicas fortes que reforçam a segurança”, comentou.

    Em nota, a Prefeitura de Petrópolis informou que esta semana irá se reunir com os sindicatos dos professores, equipes da Saúde e da Educação, para debater e dar encaminhamento as propostas para a questão da volta às aulas. A Tribuna questionou o governo municipal sobre a manutenção das escolas da rede municipal, que há quase um ano estão fechadas, mas até o momento não obtivemos resposta.

    Diferente da rede pública, as unidades particulares se preparam para receber os alunos e aguardam apenas a autorização da Prefeitura para dar início as aulas presenciais. “Existe um plano de retomada feito por um grupo de trabalho criado pelo governo anterior em maio, esse plano foi concluído no final de julho do ano passado que não foi colocado em prática. Nos reunimos com o novo governo e levamos relatórios com números oficiais, levamos o nosso plano de retorno, declarações de médicos da cidade explicando o porquê que o retorno é seguro. Agora estamos aguardando uma definição da Prefeitura”, disse Anderson Leal, diretor da Escola Oficina Criativa.

    Segundo Anderson, a unidade está preparada para receber os alunos. A escola recebeu pia na entrada para as pessoas poderem lavar as mãos antes de entrar e foram feitos investimentos em equipamentos de proteção como álcool em gel, materiais de limpeza, termômetro de aproximação, tapete sanitizante, entre outros itens. De acordo com um levantamento, pelo menos 70 escolas da rede particular estão preparadas para a retomada das aulas.

    O diretor explica que o plano das escolas particulares é dividido em fases, com os alunos da Educação Infantil retornando primeiro e os adolescentes do Ensino Médio, por último. “Hoje sabe-se que as crianças pegam cinco vezes menos (até chegar à fase de adolescência onde se iguala aos adultos). Além de pegar menos quando pega é assintomático, e também não é esse transmissor em potencial que se pensava. Temos vídeos de médicos pediatras conhecidos na cidade que falam sobre essa questão”, comentou o diretor.

    As escolas também propõem o retorno das aulas com o ensino híbrido – com aulas de maneira remota e também presencial. “A OMS, Unesco, Unicef, que no início quando as informações estavam embaçadas estavam apoiando o fechamento das escolas, hoje em dia essas organizações são favoráveis a um retorno seguro. É o que nós queremos um plano de retomada seguro”, frisou Anderson.

    Em nota, o Sepe informou que é contra o retorno das aulas sem que haja vacinação. Diz a nota: “que o retorno às atividades presenciais nas unidades escolares somente ocorra após a execução de um plano de vacinação no âmbito do Município de Petrópolis, quando, assim, estiverem presentes as condições sanitárias adequadas, com aval dos órgãos de saúde e com o devido empenho do Poder Público em garantir a segurança e a integridade de todas e todos os envolvidos – de profissionais da educação aos responsáveis, alunos e seus respectivos familiares”.

    Em Petrópolis as aulas foram suspensas no dia 16 de março de 2020, quando a Prefeitura começou a publicar os primeiros decretos para tentar frear o aumento de casos de covid-19. O retorno das aulas presenciais está na fase vermelha do plano de retomada das atividades e serviços do governo municipal, que é última etapa das medidas de flexibilização do município

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